Meu aniversário é uma data que significa
muito para mim, mas nunca soube muito bem como deveria me sentir quando ele se
aproxima. Planejo algum tipo de comemoração com meses de antecedência e fico
ansiosa imaginando se vou ganhar aquele livro que estou desejando há meses ou
uma grana extra que geralmente eu até já sei onde aplicar. Mas sempre há aquele
momento em que eu paro para refletir sobre a vida (faço muito isso, mas as
reflexões de aniversário são as piores) e não sei se fico feliz por ter vivido
mais um ano, ou se me assusto com esse passar dos anos que nos últimos tempos
parece acontecer num ritmo frenético.
Não tenho essa neura de esconder
a verdadeira idade ou de rejeitar rugas e todas essas marcas que o tempo deixa
no rosto e no corpo. A questão é que diferente das obras de ficção, a vida real
não dá sinais de que o fim está se aproximando e não nos permite prever de
alguma forma quando e como ele vai chegar. Por isso eu nunca soube se devia
comemorar um ano a mais ou se devia ficar triste por ter um ano a menos. Como
diz aquela velha expressão “Você vê o copo meio cheio ou meio vazio?”. Nunca soube
opinar direito sobre o meu copo.
Quando me perguntam qual é meu
maior medo, sempre respondo “a morte”, sem hesitar. Não que eu queira viver
para sempre, na verdade até acho que isso seria bem triste, mas não quero
partir desse mundo sem ter a chance de realizar meus maiores sonhos. Porque não
dá pra chegar lá em cima e dizer para Deus “Cara, me manda de volta, eu ainda
preciso publicar um livro, encontrar o amor da minha vida e terminar de
assistir a última temporada de Under the Dome.”. Aniversários me fazem pensar
na fragilidade da vida e na importância do tempo que temos aqui na Terra.
Decidi falar sobre assunto porque
um mês atrás passei por essa enxurrada de pensamentos e há alguns dias li um
texto que me fez reviver tudo isso. A Liliane Prata (uma das minhas escritoras
preferidas) costuma compartilhar algumas situações do seu dia a dia em sua
página no Facebook. Há alguns dias ela postou um diálogo com seu pai e uma
fala dele deu origem a toda essa reflexão por aqui. “Envelhecer é o único jeito de continuar vivendo, certo? Ou morre
jovem, ou fica velho. E eu gosto de viver, aceito o passar do tempo.”
Essa frase fez com que eu
enxergasse algo que até então, em vinte e dois anos de vida, eu não conseguia
compreender. Os anos passam, a vida muda e o tempo não para pra esperar a gente
se recompor antes de seguir em frente. Envelhecer é mesmo a única maneira de
continuar vivendo, e abraçar esse fato é a melhor forma de conseguir fazer essa
jornada em paz. É normal ainda ter algumas inquietações e umas crises de vez em
quando, ninguém consegue ser sensato o tempo todo, mas não deixe isso te
consumir. Comece a constatar que se viveu um ano a mais e tente enxergar seu
copo meio cheio. Não posso afirmar que isso será a solução de todos os seus problemas,
mas garanto que deixará a vida mais leve e divertida.

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