segunda-feira, 23 de julho de 2012

Ela fingia...

Bela como uma atriz de cinema, ela ria por sobre a música da festa, arrancando olhares de admiração de quem estivesse em volta. Todos a achavam forte, fria e valente. Ela ria para disfarçar a tristeza que era sua vida depois que ele a deixara, como se aquele sorriso efêmero fosse capaz de ocupar o vazio que tinha no coração. Desde que ele se fora, era assim que ela vivia. Entre gargalhadas forçadas, festas arranjadas e companhias duvidosas, ela fingia que nada lhe fazia falta.

De tequila em tequila, ela reafirmava sua felicidade para todos, menos para ela. Fingia que não doía. Fingia que não se lembrava. Fingia que não pensava nele. Fingia, como uma atriz que merecia um Oscar, que ele não fazia falta. Mas, para não cair em tentação, evitava os lugares que ele estaria, porque sabia que, se o visse –tão leve, tão contente, tão satisfeito, tão apaixonado com outra mulher –seu teatro cuidadosamente montado, com os personagens escolhidos por ela, acabaria.

De risada em risada, de escândalo em escândalo, de música a música, ela fingia que seguia em frente, fingia que não se importava, fingia que nunca houve nada. Ás vezes fingia até que não o conhecia, que ele não foi seu melhor amigo, e que nunca dormiu em sua cama. De notícia a noticia que publicavam dele com sua nova namorada, de flagra a flagra, de declaração a declaração, ela fingia que estava bem, fingia que estava com outro, fingia que não ligava, fingia que desejava que ele fosse feliz –fosse com quem fosse, mesmo não sendo ela.

De lembrança a lembrança, de frase em frase, ela fingia e fazia todos acreditarem, até mesmo ela, que nunca sentiu nada, que nunca fez planos de ficar com ele, que nunca sonhou em ter filhos, uma relação, algo a mais do que beijos e pegadas por trás da coxia.  Fingia que os desencontros que sofriam era coisa do acaso, fingia que não mudava de rádio toda vez que a música deles tocavam, fingia que por dentro ela só tinha um coração, e fingia que não sofria.

Fingia tão bem, fingia tanto, que, bela como atriz de cinema em decadência tentando se fazer de forte, quando a dor era insuportável e ela achava que não ia aguentar, ela fingia que estava bêbada demais pra se lembrar.

4 comentários:

  1. Neeeem preciso te dizer que eu AMEI né? E nem preciso falar que casal que pensei enquanto eu lia o texto tbm né? HAHAHAHAHA <3
    lindo lindo lindo!

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  2. uollllll amei e olha pensei nun casal certinho pra isso viu como combina com eles e como faz sentido td q vc escreveu isso

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  3. De lembrança a lembrança, de frase em frase, ela fingia e fazia todos acreditarem, até mesmo ela, que nunca sentiu nada, que nunca fez planos de ficar com ele, que nunca sonhou em ter filhos, uma relação, algo a mais do que beijos e pegadas por trás da coxia. //Amei! <3 Vou "fingir" que não pensei em um casal enquanto lia esse texto.

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