Texto encomendado por uma leitora pelo ask
Ai, ai, será que foi assim?
Que foi o tempo que tirou você de mim?
(...)
Amor, porque eu te chamo assim, se com certeza você nem lembra de mim
Quinto Andar -Tiê.
Nós nos demos as mãos e prometemos ser para sempre, num
tempo que o para sempre durava mais do que hoje –até você me abandonar para ir
jogar bola com os meninos da rua ou discutirmos porque você se recusava a
brincar com minhas bonecas. Você foi meu primeiro amor e eu nunca vou esquecer
disso; nem das nossas promessas nem de você. A gente ia casar, ter três filhos
e moraríamos na casa da árvore do quintal de seus pais.
O tempo passou. A árvore continua lá, mas a casa de madeira
foi esquecida. Parece ridículo te odiar por isso, mas não suporto o fato de você
não se recordar do que vivemos e prometemos; você nem sequer se lembra dos
nomes que daríamos aos nossos filhos. De repente, feito boba, sinto saudade de
quando você me abandonava só para jogar bola descalço no piche, antes de você aprender
a me trocar por baladas, bebidas e mulheres mais bonitas do que eu. Fui sua primeira namorada, mas nem
posso me orgulhar disso porque nunca nos beijamos. Você beijou todas as
garotas, menos a mim. E tudo isso é meio maluco porque eu também beijei muitos
garotos, menos a você.
A verdade é que o tempo foi gastando o que não era para
durar. E, enquanto eu ainda planejava nosso casamento, você já tinha soltado
minha mão e descoberto outras vontades. O “para sempre” se rompeu num passe de
mágica e nossa história é lembrada como uma besteira de duas crianças que nem
sabia o que queria, que dirá o que era amor. Mas eu sabia, tá legal? Eu sabia
que queria que fosse você, que queria me casar com você, ter três filhos e
morar numa casa da árvore. Assim como agora sei que querer que tivesse sido você
é diferente de ter sido você. Quem moraria numa casa da árvore com três crianças,
você diria, e sei que também riria. Eu moraria. Moraria porque para mim nossa
história não foi brincadeira, ainda guardo as alianças de plástico que vinham
em chicletes de cinco centavos junto com nossos planos numa caixinha esquecida
no fundo do armário. E ainda sonho com seu beijo e quero segurar sua mão uma
outra vez. Você foi e sempre será meu primeiro amor. É bobagem, é besteira, é
perda de tempo, eu sei, mas ainda imagino aquele nosso para sempre todos os
dias antes de dormir.
Ainda que, ao acordar e ver o estado daquela árvore e nossa
distância de dois mundos diferentes separados por uma rua, eu perceba que não fomos
amor para todo dia, e a única coisa que temos e que será para sempre é aquela
nossa velha infância inesquecível. E nosso encanto que o tempo veio e quebrou.
Se você tem alguma sugestão ou gostaria de algum tema ser tratado aqui, basta me pedir, pelo twitter (@nandacampos_ -estou sempre lá, falando sozinha), pelo e-mail (nanzcampos@gmail.com) ou, se também prefere não ser identificada, há também o meu ask (ask.fm/nanzcampos)
Oi Fernanda!
ResponderExcluirAdorei seu texto!
Me fez relembrar de muita coisa de quando eu era pequena...
E você escreve muito bem!
Beijão!
ps: estou te seguindo no twitter :)
endless-poem.blogspot.com.br
OOOI
Excluirobrigada
esse texto foi particularmente difícil mas saiu HSUSAASHASUSHSAUASASHSAUAS
eu to te seguindo de volta lá, carioca !
Aii que fofo, amei esse texto me identifiquei bastante :)
ResponderExcluirhttp://outonosdehortela.blogspot.com.br/
Oun
Excluirobrigada
a ideia era identificar sim!!!
Nanda fui eu que pedi o texto no ask, e amei... fico do jeito que eu queria mesmo, ficou lindo. Parabéns vc é uma excelente escritora. Muito obrigada, você conseguiu descrever direitinho o que eu sentia.
ResponderExcluirAHHHHHHHHH
Excluirnossa fiquei esperando quem pediu se manifestar e já tava pensando: FODEU A PESSOA nÂO CURTIU hasuashsausahasuasshsauashasuashasushasaussahasuashsausahasuashsausahsa
Foi difícil falar disso, e não ficou tão bom quanto gostaria
mas que ótimo que gostou <3