Se você for esperto metade do que banca que é, com esse seu
sorriso de galã de quinta e esse seu olhar de quem acha que já me sacou, não vai
se assustar com as várias barreiras que eu coloco entre você e eu. É tudo
desculpa do meu desespero de querer ser amada a qualquer custo. E por isso
cobro um preço alto para todos que ameaçam tentar. Na sinceridade, nem me
arrisco a dizer que a recompensa vale à pena. A recompensa é isso aqui mesmo:
esse coração machucado que tenho no peito, esse medo absurdo que trago nos
olhos, e essa necessidade assustadora que tenho de aprender a me entregar.
Eu sei, você acha que me conheceu. Você não é o primeiro e talvez
nem seja o último. Mas não me conheceu. Eu sinto muito, poderia me desmontar e
ficar nua, não só de corpo, mas de alma, de coração, e te fazer ver cada ponto
negro que tem por aqui. Há muitos, já até perdi as contas. Você poderia, por
exemplo, me ouvir contar sobre quem me deixou tão quebrada assim. Uma paixonite
do tempo de adolescência. Para dizer a verdade, hoje chega a ser irrelevante.
Mas hoje já não importa porque essa besteira juvenil já me machucou o
suficiente por uma vida. Sabe como é, já dizia Machado de Assis, aos quinze
anos tudo é infinito, não é? A verdade é que essa paixonite irrelevante me
marcou e me doeu mais do que provavelmente você me doerá se resolver sair por
aqui, bater a porta e não mais voltar. Mas isso você não sabe. Isso você não sacou.
Se você fosse esperto metade do que banca que é, parava de
decorar essas frases de filme de romances de quinta que podia ser muito bem
estrelado por você, e começava a me ensinar. A te amar, a não ter medo, a ficar
apesar de tudo. Você não ia se assustar com os gritos que dou te expulsando de
minha vida e ia segurar a minha mão, porque entenderia que é só desespero mesmo
de ser entendida. Toda essa barreira é só medo de permitir alguém entrar aqui e
deixar que destruam o pouco que restou daquela menina de quinze anos, infinita
e perdida de mim. Toda essa escuridão não é falta, é apenas excesso de amor. Eu
sei que se não dermos certos, a culpa é minha e da minha fuga, minha e do meu
medo, minha, apenas. E eu não vou te culpar. Não é sobre isso que eu venho te falado toda vez que grito e te expulso da minha vida. Não é sobre o seu medo de amar, é sobre o meu.
Acho que você entendeu, né? Se você for esperto metade
do que você banca que é, você guardaria suas cantadas que me conquistaria aos
quinze anos e começaria a agir diferente, você me ensinaria a ser sua, não fugiria
de mim e me contrataria de vez para a sua vida. E aí? Você é?
Esta é uma série baseada nas letras de algumas músicas do RBD, escolhida por leitores via twitter.
Esta é uma série baseada nas letras de algumas músicas do RBD, escolhida por leitores via twitter.
A recompensa é isso aqui mesmo: esse coração machucado que tenho no peito, esse medo absurdo que trago nos olhos, e essa necessidade assustadora que tenho de aprender a me entregar.
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Toda essa barreira é só medo de permitir alguém entrar aqui e deixar que destruam o pouco que restou daquela menina de quinze anos, infinita e perdida de mim. // Arrepios, arrepios e definições a parte. :)