Quem Diria? Eles Diriam

É, não deu. Acabou. Adeus.

E eu que jurava que seríamos para sempre. Eu que sempre achei que não havia felicidade maior que estar ao seu lado. Eu que acreditei fielmente que ninguém poderia nos separar, nunca pensei que nós poderíamos acabar por culpa de nós mesmos. Eu que sempre acreditei em nós, agora me deparo com dois estranhos dividindo a mesma cama.

Todos sempre me disseram que me dar assim a alguém era estupidez. Eles sempre fizeram questão de me dizer que nada dura pra sempre; e eles sempre riam quando eu respondia – com um sorriso que chegava aos olhos – que eles estavam enganados, porque nós seríamos. Eles lamentavam minhas ilusões. Eles me davam pena. E agora são eles que devem estar rindo.

Acho que estão rindo a plenos pulmões de todas as minhas esperanças que se suicidaram nesse precipício que ficou entre nós dois. Ou então fazendo piada com todos os sonhos que eu tinha pra nós e que se perderam ao tentar nos reencontrar. Ou eles apenas estão sentindo pena dessa menina triste e assustada que ficou desse lado de cá da cama. Afinal eles sempre me avisaram. Fui eu quem escolheu deixar os conselhos deles serem encobertos pelo som das nossas gargalhadas. Porque eles não sabiam de nada, só nós sabíamos. Não é?

Você também acreditava que seríamos pra sempre, né? Você também sonhou um futuro ainda mais lindo que o presente? Eu particularmente achei que você acreditava em nós – assim como eu, ou talvez um pouco menos – era ilusão? Eu via tudo em seus olhos, estava escrito lá, não estava? Ou fui eu quem leu errado? Achando que você me jurava amor quando na verdade apenas me avisava que eles estavam certos.

É, talvez nós tenhamos sido apenas uma ilusão minha. Isso explicaria porque agora, muito além dos corpos, as nossas almas tornaram-se estranhas uma para a outra também.