Um Amor, Por Favor

E eu sinto como se tivesse perdido algo realmente importante. Como se eu tivesse perdido o movimento da vida. Como se as coisas com as quais eu realmente me importasse estivessem sumindo ou deixando de serem tão importantes assim. Sinto às vezes como se já fosse tarde demais para tentar, como se já não adiantasse persistir. Como se fosse em vão qualquer coisa que eu ousasse fazer. E eu não tenho ninguém. E isso machuca ainda mais. Ninguém para dividir essa angustia que pesa tanto, ninguém para contar sobre o meu dia, ninguém que possa me contar sobre o seu dia.

Não há ninguém. E amigos, com toda a sua importância, não substituem um amor.

Um amor é o que todos almejam ter. Não importa a sua idade, a sua personalidade ou o seu estilo de vida. Não importa nem se você disser que “eu não preciso ter um amor, essa mulher está completamente enganada”. Não importa, você já quis ter um amor.

Agora você pode se auto-julgar dono de si mesmo, totalmente independente e totalmente eu-não-preciso-de-um-amor, mas não se engane, você precisa.

E nada vai fazer tanto sentido enquanto não tiveres um. Nada vai ter tanta graça sem uma daquelas paixões dilacerantes. Você sabe. E o cinema? O cinema não tem tanta graça sem alguém pra te beijar naquela cena chata ou quente. O chocolate não tem tanta graça se não for entregue em uma caixa de presente com corações vermelhos e cafonas. O show. Aquela música. Aquele restaurante, aquele fim de semana, aquela viagem. Nada vai ter tanta graça sem um amor. E eu sou suficientemente idiota para admitir minha solidão e minha saudade de ter um amor. Então qualquer um de vocês está completamente livre para fazer qualquer julgamento sobre mim. Eu não ligo.

E eu sigo procurando uma alma que se encaixe na minha. E eu não tenho medo de gritar ao mundo minha dor e minha saudade, meu único medo é terminar sozinha. E tudo tem sido tão cruel por aqui… As coisas vão mal, meu amigo. E um amor faz falta. Qualquer amor. Faz falta. E eu sinto como se a vida estivesse passando por mim, tenho medo de acordar algum dia e perceber que é tarde demais. E talvez já seja.