terça-feira, 17 de junho de 2014

O Machismo Nosso




Tenho a impressão de que machismo é um desses termos que todos falam, mas muitos não sabem ao certo o que significa, então primeiramente vamos esclarecer os fatos. Machismo, nada mais é do que uma crença de que os homens são superiores às mulheres, e esse comportamento é mais antigo do que se imagina. Durante a idade média, por exemplo, as mulheres cuidavam apenas dos trabalhos domésticos, pois eram consideradas incapazes de realizar qualquer outra atividade, e há algumas décadas elas nem tinham o direito de votar. É difícil imaginar situações como essas e é mais complicado ainda ter noção do quanto essa categoria já conquistou ao longo do tempo.

É incalculável o valor de tudo o que as mulheres já conseguiram, mas é preciso admitir que elas ainda estão longe de uma relação igualitária com os homens. O machismo é uma característica intrínseca em muitas famílias e assim esse comportamento acaba sendo transmitido de geração em geração numa espécie de círculo vicioso. Em pequenos detalhes do dia a dia as crianças vão aprendendo as “diferenças” entre meninos e meninas. Uma mãe que pede para a filha auxiliar nos deveres domésticos enquanto permite que o filho brinque um pouco mais, pode até não perceber, mas está de certa forma incentivando um comportamento machista. Um garoto que é criado desta maneira será um marido que acreditará que a esposa deve cuidar da casa sozinha, e esse homem nunca tentará consertar isso porque para ele esse é o comportamento normal, afinal, ele foi criado assim.

No trabalho, as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço em campos que antes eram monopolizados pelos homens. Eu entrei na faculdade no início de 2012 para cursar engenharia civil e a minha turma possuía apenas seis mulheres, mas eu acho legal ver como esse número tem aumentado a cada vestibular. Outro exemplo que eu sempre gosto de citar é o da empresa de ônibus da minha cidade que já conta com duas motoristas. Em minha opinião, ter uma mulher ou um homem dirigindo o veículo no qual eu estou não faz nenhuma diferença, mas ainda vejo muitas pessoas se mostrarem impressionadas quando percebem o quanto as motoristas dirigem bem. É claro que tudo isso já é um grande avanço, mas as coisas só seriam boas de verdade quando situações desse tipo não fossem tratadas como algo tão excepcional.

Uma das piores partes do machismo é que poucas pessoas admitem que se comportam dessa forma. A maioria dos homens diz que não é machista, mas acredita que apenas as mulheres devem saber lavar, passar e cozinhar, não aceita que o salário da esposa seja maior que o do marido, pensa um monte de besteiras sobre uma garota que “chega” em um cara na balada, entre outras coisas, e não pensem que isso é defeito exclusivo do sexo masculino, porque tem muita mulher machista solta por aí. Aquele tipo que adora pregar a igualdade entre os sexos, mas se ofende quando um homem propõe que eles dividam a conta e acha que é obrigação do marido arcar com a maioria das despesas da casa. Acho que hipocrisia é uma palavra que define bem muitos machistas.

No meu caso, acredito que o que realmente fez diferença foi a minha mente aberta e sem muitos preconceitos. Homens e mulheres são geneticamente diferentes, e essa diferença implica algumas características que não podem ser negadas, entretanto, não há coerência nenhuma em determinar o que uma pessoa pode ser ou fazer levando em consideração apenas o gênero. Cada ser humano é diferente do outro e cada um é formado por uma série de detalhes que vão muito além do sexo. Eu tenho esperanças de que o pensamento humano continue evoluindo através do tempo, em todos os sentidos. É impossível que o machismo seja extinto por completo, mas acredita que estaremos beirando o ideal quando, no lugar de enxergar homens e mulheres, a sociedade passe a ver apenas pessoas, completamente iguais entre si.


Quem escreveu?
Vanessa Correia tem vinte anos, cursa engenharia civil, mas ama escrever. Uma eterna apaixonada por livros, princesas, novelas mexicanas e sorvete de chocolate. Acima de tudo, uma garota que sonha. Blog I Tumblr I Facebook


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Um comentário:

  1. Parabéns pelo artigo Vanessa, muito coerente sua posição em tratar o " machismo" dessa forma, "algo que independe do sexo", embora em sua maioria venha do sexo masculino até por questões culturais.

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