segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Saudade Velha




Eu já fiz de tudo para te esquecer. Já mudei de estilo de roupa, já cortei o cabelo, já troquei meu telefone. Eu até desativei as redes sociais para não ver nada de você. Para não ter motivos para te stalkear, para não me machucar procurando mais doses venenosas do meu sentimento por você. Eu já fiz tudo, cara. Mas você sempre vem.

Eu tentei te deixar para trás. Apaguei nossas fotos. Deletei nossas conversas. Juro por tudo que é sagrado, cara, que fiz de tudo para me desintoxicar de você. Provei novas bebidas. Fiz novos amigos. Parei de andar com a turma que eu sei que você sempre andava também. Me esforcei todos os dias para não pensar na sua voz, no seu sorriso, no jeito com que você me olhava e todo mundo dizia que era amor. Mas era amor, cara? Eu não sei. Você nunca me respondeu, mesmo quando sempre vem.

Comecei a ouvir outras bandas, até esquecer que te dei minha música preferida. Até esquecer que cantamos ela numa festa em que ficamos muito bêbados e nos beijamos. Até me esquecer que só houve isso entre a gente: beijos durante festas em que estávamos bêbados demais. Até me esquecer de você. Mas não adianta, porque eu não esqueço. E você nunca vem.

Minhas amigas já não aguentam mais quando falo de você. Quando digo que sei, eu sei, cara, eu sei que era para ter sido a gente. Se eu não morasse tão longe. Se você não tivesse saindo de um relacionamento assim que fomos apresentados. Se eu não fosse tão machucada por um passado que você não quis saber qual era. Se a gente tivesse se cruzado na próxima esquina, sabe? Não onde nos sorrimos e nos beijamos cordialmente ao colocarmos os olhos um no outro. Se tivesse sido uma hora depois, era para ter sido você. Mas foi na hora errada. E não fomos nada.

Tempos errados marcando o mesmo sentimento? Não sei. Não sei o que você sente por mim ou por que desistiu tão rápido. Não sei de mais nada. Exceto de que já tentei de tudo, e puta que pariu, já tentei até mandinga, pulei as sete ondinhas, te devolvi pra Iemanjá, e cogitei uma macumba na encruzilhada da esquina da sua casa. Não fiz a macumba porque não queria te encontrar sem querer tão perto de onde você mora. Mas tentei, cara. Ninguém pode me dizer que eu não tentei.

Quem sabe no ano novo você se decide: se vier, que fique. Se não vier, que eu te deixe para trás. Porque não aguento mais tentar tanto te esquecer, se você sempre me vem.











Ei, gente! Aproveitando o primeiro texto do ano novo, com saudade velha, e convidando todo mundo que gosta de romances chick-lits, youngadult, para conhecer a nova história que estou publicando no wattpad. Tudo Aquilo Que Não Sou conta a história de uma menina que só queria ser livre e quem ela quisesse ser, para romper com as comparações de quase todo mundo sobre ela ser irmã de uma menina-sempre-perfeita (que já morreu). Vênus adora uma confusão e está fugindo do amor. Mas o amor é danadinho e resolveu aparecer na forma de um ruivo maravilhoso que está sempre tendo que salvá-la das MAIORES encrencas! Corre lá no wattpad pra conhecer a sinopse direitinho! E já sabem, não é? Quem dá estrelinhas ganha poções de FELIX FELICIS do meu estoque especial de amor de escritora <3

3 comentários:

  1. Já começo o ano me identificando. Entra ano, sai ano, a gente pede ao papai noel pra deixar de ser trouxa, você tenta de todas as formas, mas a pessoa insiste em te procurar, em te manter por perto de alguma forma. Enfim, é foda haha

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    Respostas
    1. às vezes a gente precisa aprender a trocar a fechadura da porta.
      Dói, mas é melhor do que mantê-la aberta e pegar pneumonia com os ventos frios.

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Comentários

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