terça-feira, 15 de maio de 2012

Perguntas Que Não Fiz -parte II

Qualquer distância entre nós
Virou abismo sem fim
Quando estranhei sua voz
Eu te procurei em mim
Ninguém vai resolver
Problemas de nós dois.
Problemas -Ana Carolina

Disseram-me que você não se recuperou, ficou meses em depressão, esperando que eu voltasse. Disseram-me que agora, quase um ano depois, é que você voltou a sorrir aquele sorriso que tanto amei. Disseram-me que você arranjou outro, está tentando ser feliz, recomeçar, mas que ainda pergunta por mim, que ainda pensa em mim.

Ainda me lembro daquele dia. Daquele dia que decidi ir embora. E você decidiu não me impedir. Me lembro do meu gesto mecânico de colocar roupas na mala para não demonstrar o quanto aquilo estava me matando. Te deixar. Eu não queria. Porque eu te amava. E te queria. Mas te deixei. Me lembro de ter ficado por segundos parado, olhando pro nada, esperando. Esperando as perguntas que não vieram. Esperando o pedido que você não fez. Esperando um “eu te amo” que você não disse.

E eu quis perguntar: por quê? Por que estava desistindo de mim tão rápido? Por que estava me deixando ir? Se sabia que meu lugar era com você? Se sabia que sua mão que eu gostava de segurar? Éramos tão unidos. Não é coisa da minha cabeça, nós nos amávamos, nos entendíamos, nos precisávamos. Então por que me deixou ir? Por que não me pediu para ficar?

Eu ficaria.

Nunca quis ir embora. Se eu o disse, foi para saber se você ainda me queria. Se eu arrumei minha mala, era esperando que você não deixasse, fizesse um escândalo, me agarrasse. Se eu me fui, foi na esperança de que você viesse atrás de mim. Você não fez nada disso, nem mesmo falou algo. Sentada na cama, tão perto de mim e ao mesmo tempo tão longe, agia como se não se importasse eu fosse embora, que eu te deixasse, que eu procurasse nos braços de outra o que sempre tive nos seus.

Por quê? Não perguntei. Por medo de saber a verdade. Mas esperei sua resposta que não veio. As ligações que não fez. As cartas que não escreveu. Os e-mails que não mandou. De você, só recebi silêncios.

Agora vieram me dizer que você tem outro. Outro que segura sua mão como um dia eu segurei. Outro que te abraça como um dia te abracei. Outro que te olha, como um dia te olhei.

E me arrependo... De não ter guardado seu sorriso só para mim. De não ter congelado o olhar que você dava só para mim. De não ter segurado sua mão com mais força e nunca ter soltado. Me arrependo de ter decidido ir só para saber se você me pediria ficar. E de ter ido, quando não ouvi o pedido que você não fez. Me arrependo, também, das coisas que não tive. Das suas risadas que perdi. Das historias que não ouvi. Dos assuntos que não discuti. Da vida que, por orgulho, perdi. Da mão que deixei de segurar. Das respostas para as perguntas que, por medo da verdade, não fiz.

Agora não importa as lágrimas que derramamos. O sofrimento que passamos. Eu decidi ir embora, na esperança que você não deixasse. Você decidiu seguir em frente, na esperança de me esquecer.

E o que dói é saber que tudo poderia ter sido diferente, poderia ter sido para sempre, se tivesse feito as perguntas que não fiz.

2 comentários:

  1. AI MEU DEUS, NANZ, QUE LIIIIIIIINNNDOOO!
    *________________________*


    sério, morri com esse! :')

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  2. E o que dói é saber que tudo poderia ter sido diferente, poderia ter sido para sempre, se tivesse feito as perguntas que não fiz. // Que liiiiiiiiiiiiiiiiiiindo! amei <3

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Comentários

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