quinta-feira, 31 de maio de 2012

Saudade Boa

Não foi nada. Deu saudade, só isso. De repente, me deu tanta saudade.
Caio Fernando Abreu

Hoje bateu saudade. Não dessas  saudades que te tiram o ar, te fazem perder o prumo, não. É aquela saudade boa, de sentir falta daqueles momentos ao invés de ter raiva por terem acabado. Subiu um comichão por dentro e antes que percebesse, um sorriso brotou em meus lábios.

Era saudade.

Saudade de como éramos, você e eu, há algum tempo. Que nem faz tanto tempo assim. Como conseguíamos nos divertir e como era difícil ter que acabar a conversa. Queríamos continuar. Continuar sempre. As pessoas sempre perguntavam como arranjávamos tanto assunto, assunto este que nunca acabava.

Saudade de nossas risadas, de nossas lágrimas, dos segredos bobos que sussurrávamos como se fosse informação confidencial. Saudade daquilo que você era, não do que se transformou. Saudade de conversas leves, sem o peso das decepções que caíram sobre nossos ombros.

Bateu saudade. Saudade boa. Porque não vale mais a pena pensar nas coisas que te fizeram mal. Chega uma hora que a gente se cansa de sentir mágoa. Mágoa porque alguém mentiu, magoou, te fez de idiota. Mágoa porque te decepcionaram, te abandonaram. Sentir mágoa para que? Depois de um tempo a gente só se lembra das coisas boas que as pessoas fizeram. Esquece-se dos defeitos, das imperfeições, das falhas Talvez, por isso, depois que alguém morre todo mundo fala dela como se tivesse sido um santo. Porque são as coisas boas que ficam.

Ficam e deixam saudade.

E essa saudade boa, que não machuca, te faz querer ligar pra pessoa, só para contar as boas novas –ou não tão boas assim –para se lembrar do tom da risada, do jeito de falar, das manias, dos defeitos, dos trejeitos.

Você não liga. Não liga porque tem medo. Medo que, ao falar com a pessoa, sua saudade boa dê espaços para a mágoa. Não liga porque sabe que vocês mudaram, você até pode ter a conhecido naquele tempo, mas não a conhece mais. Nem sabe se quer conhecer. Gosta mesmo é do que ela foi. E que já não é mais.

Então sente saudade. Saudade boa. Saudade que não machuca nem magoa. Saudade que vai embora e você nem percebe. Percebe mesmo é que não vale a pena odiar ninguém, porque mais cedo ou mais tarde, é das coisas boas que você se lembra.

E não esquece jamais.

Um comentário:

  1. Então sente saudade. Saudade boa. Saudade que não machuca nem magoa. Saudade que vai embora e você nem percebe. Percebe mesmo é que não vale a pena odiar ninguém, porque mais cedo ou mais tarde, é das coisas boas que você se lembra.

    E não esquece jamais.

    //own, cute, cute! <3 adorei!

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