quinta-feira, 28 de junho de 2012

Fantasma


If happy ever after did exist
I would still be holding you like this
Payphone -Maroon 5



Espero. O telefone que não toca. A carta que não chega. O e-mail que não recebo. A batida na porta que não acontece. Procuro. Seu corpo sobre os lençóis. Seus pés para esquentar os meus, sempre frios. Os dedos que acariciam meu cabelo. Onde você está? Quero gritar, quero berrar, quero enfiar as unhas em minha pele, cortar a minha alma, para ver se, assim, sua ausência me dói menos.

Olho no celular pela milésima vez. Nada. Nem uma mensagem, nem uma chamada perdida. Até quando vai me deixar aqui, te esperando? Até quando eu vou ficar aqui, te esperando?  Voz que não mais escuto. Os carinhos que não mais recebo. As risadas que não mais soam por essa casa.

Casa que, depois que você foi embora, não se pode ais chamar de lar. São apenas quatro paredes, vazias, sem alma, sem sua alma. Os passos, meus passos que se arrastam quando não tenho outra escolha de levantar da cama, faz um eco dolorido que perfura meu coração.

Sinto sua falta, quero dizer. Falta de sua risada escandalosa e feliz. Das músicas horríveis que você escutava. Da sua voz rouca dizendo que me amava e que nunca iria embora. Sinto falta das promessas que não teve tempo de cumprir e do espaço que você preenchia, na minha casa –que antes era nossa -, na minha vida –que antes também era sua -, no meu coração –que vai ser sempre seu.

Tenho medo. De sair de casa e ter noticias suas. De ficar sabendo que não me ligou porque já estava em outra. Outros braços. Outra casa. Outro coração. Medo, muito medo, de não ter nem mesmo seu fantasma me cercando. Fantasma que, apesar de ainda deixar minha casa oca, meu coração vazio, minha alma solitária, ainda me dá esperanças de te ver me ligar, mandar um alô, bater nessa porta e voltar. Nem que seja para vir buscar as poucas roupas que esqueceu aqui –porque, assim como meu coração, você não as quer mais.

Então espero. Pela ligação que não acontece. A carta que você não escreve. O e-mail que não chega. A batida na porta que não soa. Procuro. Seu corpo, seu cheiro, sua voz, seus carinhos. Me agarrando ao fantasma que ainda me sorri, ri, ainda escuta as mesmas músicas e ainda me faz promessas. Que não me deixa enlouquecer. Nem te esquecer. Nem te deixar. Nem me deixar ir em frente sem você.

E espero, sabendo que não há mais nada a esperar de alguém que largou os “felizes para sempre” para ser feliz em outro lugar.

Um comentário:

  1. Eu to in love por esse texto porque sou apaixonada pela música/trecho, e porque ele tá lindo mesmo!

    E eu simplesmente MORRI com essa frase:
    "E espero, sabendo que não há mais nada a esperar de alguém que largou os “felizes para sempre” para ser feliz em outro lugar."

    Triste, linda, tocante, tudo ao mesmo tempo!

    Fernanda arrasando como sempre né?
    Sou sua fã! *-*

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