quarta-feira, 4 de julho de 2012

Menina Bailarina



Ela ria, ria... Risada leve e sedutora, soando como o sino de cidade de interior. Ria. Pendurava-se no pescoço dele e balançava de um lado para o outro, sem se deixar abalar com os protestos fracos dele. E ria.

Tinha cheiro de terra molhada depois de chuva de verão. Cheiro de aconchego de casa de vó em dia de Natal. Ria. Bailarina leve que rodopiava em seus braços, sem vergonha, sem pudor. E ria. Chegava a gargalhar quando ele, tão sério, tão chato, tão discreto, protestava dos escândalos da menina que tinha nas mãos.

Ela ria, ria... Sedutora, rodopiava com a perfeição de uma bailarina que achou seu soldadinho de chumbo. De um lado para outro, sem parar, conseguindo todos os olhares que ele podia dar. Ria. Porque sabia que o tinha nas mãos.

Ele protestava, segurava mais forte na cintura dela e tentava manter-se sério. Ela, menina bailarina, não se intimidava. E ria. Ria leve como uma bailarina, sedutora como uma mulher, doce como menina. Ria. De um lado para o outro, rodopiava no meio da rua, o inebriando com aquele cheiro de terra molhada e seu jeito de bailarina.

Ela ria, ria... Ele acendia o cigarro, falava bravo o nome dela, mas ela ria. Não o levava a sério. Sabia que o tinha nas mãos. Pegava seu cigarro e jogava no chão. E ria. Como bailarina, rodopiava feito menina. Ria.  Enchia seu rosto de beijo, sem se intimidar com o olhar dele..

Ele protestava, mas como pedra pequena em correnteza forte, não conseguia se segurar. Ela ria, leve, sedutora. E leve o carregava por água a baixo. Rodopiava como bailarina, para lá e para cá. E ria.

Ria, menina que só. Enchia-o de beijo e  o mandava relaxar. Ele sério, preocupado, tentava ficar sóbrio. Mas ela ria. Rodopiava como menina e ria como bailarina. E antes que ele percebesse já estava cachoeira abaixo, sem cigarro, sem segurança.

Ela ria, ria... Tinha aquele cheiro de terra molhada que tanto o inebriava. E rodopiava como menina. Ele a segurava forte. Mas ela ria, debochando que ele era fácil de mais para seduzir. Ria. Leve e sedutora, pendura em seu pescoço, para lá, para cá, que nem bailarina nas pontas dos pés.
Ele ria, junto, rendido. A apertava forte sabendo que, seu cheiro de terra molhada, fazia estar em casa. E ria.

Ela ria, ria... Leve como uma bailarina. Sedutora como mulher. De lá para cá, pendurada em seu pescoço, o enchia de beijos, rendia-se e ria...

E, juntos, leves como bailarinos, felizes como meninos, eles riam, riam...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Compartilhe