quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pode Ter Sido




Pode ter sido aquele telefonema que você não atendeu. Ou aquela sexta-feira que você chegou tarde demais e pôs a culpa no seu trabalho. Pode ter sido aquela conferência lá não sei onde que você inventou só para ficar o final de semana fora. Ou aquela mensagem desconhecida no seu celular, aquela horas que você passa sussurrando no telefone e não me diz com quem é o papo. Ou aquela marca de batom barato no seu colarinho, que não era meu.

Pode ter sido nossos silêncios agoniantes. Ou a falta de suas risadas pela casa. Pode ter sido a minha própria falta de risadas. O meu desconforto, a minha desconfiança. Pode ter sido  minhas insônias. Ou suas próprias insônias. O jeito com que fica inquieto e remexe na cama quando acha que dormi. O fato de levantar antes do despertador tocar e sair de casa antes do que precisa.

Pode ter sido os bons dia não dados. O eu te amo ligado no automático. Os beijos cada vez mais frios e o tempo sem falar nada numa cama que tem muitas histórias. Os seus passos se arrastando pela casa, cansado de vir sempre pro mesmo lugar.

Pode ter sido por causa do tempo excessivo que você gasta dentro do carro quando antes corria para entrar. Ou como você coloca a chave na porta, sem segurança do que está fazendo. Pode ter sido o jeito displicente com que você deixa suas roupas sujas jogadas por aí.

Pode ter sido seus olhares vagos e o jeito com que você segura a minha mão. Os carinhos que não faz e até mesmo os que faz por obrigação. O jeito como me censura e nunca me elogia. Pode ter sido o fato de você não reparar mais em mim, nem cuidar mais de mim, nem olhar mais pra mim.

Pode ter sido tudo isso. E talvez nada disso. Pode ter sido só coisa minha. Ou coisa sua. Ou coisa nossa. Ou coisa de ninguém.

Seja o que for, só sei que acabou.

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