quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Estou Te Deixando; Adeus




Você se foi. Você nem se preocupou em me deixar. Você pegou suas coisas e se foi. E nem se importou com as lágrimas que eu derramei, com a dor que me causou, com os gritos que eu dei. Eu te pedi, eu te implorei, eu me ajoelhei aos seus pés e perdi toda a dignidade que eu tinha para te convencer a ficar. Você sorriu. Você pode até não se lembrar disso, mas eu me lembro muito bem. Você deu aquele maldito sorriso que eu odiava, de quem não estava nem aí para o meu desespero, deu as costas, murmurou que eu ia superar e bateu a porta. Você ba-teu-a-por-ta-na-mi-nha-ca-ra. Pisou no meu orgulho. Riu do meu amor.

Você foi lá se divertir e eu fiquei aqui. Eu chorei. Eu quis morrer. Eu achei que ia morrer. Eu tomei calmantes, muito calmantes, eu quis dormir e não acordar mais. Eu quase consegui. Eu sofri e passei noites em claro tentando entender seus motivos. Eu não entendi.  Eu tive ódio da minha música preferida, porque ela me lembrava você. Eu tive ódio da banda que mais gostava porque ela me fazia pensar em você. Eu tive ódio do meu filme favorito porque o ator me fazia lembrar de você. Eu tive ódio de você por você me fazer odiar tudo o que eu mais amava.

Enquanto isso você ficava em noitadas, divertia-se, apostava suas fichas em aventuras sem futuro. Ria as minhas custas, ria da minha dor, ria do meu amor. Do nosso amor. Você não estava nem aí, muito menos aqui. Você se foi sem nenhum arrependimento de ter ido, de ter me deixado, me abandonado e me machucado. Você foi lá, viver sua vida sem nem pensar em mim. Você não sofreu, não chorou, não quis morrer. Você não secou minhas lágrimas nem me abraçou e disse que tudo ficaria bem. Porque para você tudo estava muito bem, não é?

E agora que eu finalmente começo a superar, que eu já consigo assistir ao meu filme, escutar aquela música, ouvir o cd todo da minha banda preferida; quando eu já consegui me livrar da aliança, das fotos de toda uma época –quando consigo apagar toda a época ao seu lado –e controlar as  lágrimas que derramei por você –e parar de chorar por você –você volta e diz que se arrependeu, que suas aventuras não significaram nada e que ainda me ama?

Não. Você me deixou. Você me abandonou. . Você destruiu o que a gente era e esmagou nosso amor. Me trocou por aventuras. Trilhou um caminho sem volta. Você fez sua escolha. Não tenho culpa se a altura do seu pulo era menor do que calculou. Você me deixou e nada do que disser ou fazer ou prometer vai curar a dor que me causou.

Dane-se que agora esteja doendo em você, que agora é você quem chora, você quem tem que esquecer. Não me importa. Vou te dar o mesmo conselho que você me deu lá atrás, quando me deixou sem olhar para trás:  você vai superar. Porque agora, quem este te deixando –sem dor, sem me preocupar, sem ligar –sou eu.

Adeus.

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