quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Eu Acreditei Na Gente



Eu acreditei em nós dois. Eu fui e me joguei sem olhar para baixo, sem nem me dar conta da altura, sem nenhum paraquedas nas costas. Nem perguntei se você pularia comigo. Nem mesmo se, pelo menos, você estaria lá em baixo para me amparar na queda. Eu acreditei que você estaria, mesmo se eu me ralasse, se eu me ferisse, se eu me quebrasse, você estaria lá e juntaria meus pedaços, me colaria outra vez.

Eu acreditei que seria você quem secaria minhas lágrimas. Mesmo que fosse você quem as derramasse, achei que você estaria lá quando elas corressem pelo meu rosto. Você passaria seu dedo carinhosamente por de baixo dos meus olhos e faria uma piadinha qualquer só para me arrancar um sorriso.

Eu acreditei que você era o cara certo. Depois de tantos caras errados, eu finalmente acreditei que tinha topado com o cara certo. Você fez seu papel direitinho com aquela conversa fiada de que queria sossegar, que precisava de uma companhia para seu dry-martine, algo mais sério que te fizesse querer dormir ao lado de uma mulher. Eu acreditei realmente nisso. Comprei sua história. Que burra eu fui.

Eu acreditei que você me pediria em casamento, que estaria no altar, de terno, gravata e um sorriso estonteante no rosto, emocionado ao me ver entrar. Eu acreditei que compraríamos uma casa. E, finalmente, minha cama e sua cama se tornariam nossa cama. Acreditei que seria você quem estaria nos retratos de enfeite em nossos móveis. Eu acreditei que você seria pai de meus filhos. Tem cabimento?! Eu realmente acreditei que um solteirão como você se apaixonaria por uma romântica como eu.

Eu acreditei que comigo você seria fiel. Que eu seria a única na sua vida. Que você acharia em mim tudo o que procurava em todas as outras. Que você seria meu. Que eu seria sua. Que, finalmente, seríamos nós. É, eu acreditei que, independente do que acontecesse, a gente terminaria juntos.

Eu acreditei na gente. Até ver que tudo não passava de um sonho, que você era apenas um sapo, que eu merecia alguém melhor e que era hora de abandonar os contos de fadas e viver uma história real, com personagens reais, sentimentos reais, e homens reais.

Agora você me ensinou a acreditar só em mim. E na realidade. Porque, em nós, eu não vou acreditar nunca mais.

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