terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um Brinde a Você



Ah, então você veio até aqui para dizer que se arrependeu? Que está sofrendo muito e que me quer de volta? Você realmente me quer de volta? Depois desse tempo todo você se deu conta de que sou a mulher de sua vida e que foi um otário por ter me jogado fora? Mas eu falei que você era um otário e você ficou bravo, não se lembra? Sei, sei.  O tempo te fez ver que eu estava certa, é isso? Uau. Certa o tempo todo. Quanta mudança para um pessoa só, não acha? Até ontem você espalhava por aí que eu era apenas uma mimadinha que achava que era a dona da razão. E aí você pôs a cabeça no travesseiro, fechou os olhos e deu um insght: “ ela realmente tem sempre a razão”? Não, não estou duvidando. Só tô querendo entender. Continue.

Então, onde estávamos? Ah, sim. Você tentou colocar outras mulheres no meu lugar, mas não conseguiu. Tá dizendo que sou insubstituível? Uau. Um elogio e tanto para quem achava que todos poderiam ser substituídos, não acha? Você não consegue apagar meus olhos e meu sorriso? E ainda sonha com meu perfume. É isso mesmo? Sei, sei. E resolveu vir atrás de mim porque eu sempre fui apaixonada por você e porque nosso passado era forte demais para que eu recusasse seu convite? É, pelo jeito, nem tudo mudou, né, meu bem, sua prepotência continua a mesma de sempre.

Oi? Não, eu não estou sendo irônica. Desculpa. Eu não quis rir. Ah, quer saber? Eu quis rir sim. Você é ridículo, nunca te disse, né? Ah, tá pedindo para que eu pare de zombar de sua dor? Mas e na minha? Você pensou nisso quando decidiu ir embora? Em algum momento no meio da sua farra você parou e pensou: deve estar doendo nela? Ah, você já queria vir aqui antes, mas seu orgulho não deixou? E o meu orgulho, nesse caso, não conta? Quer dizer, você me jogou fora sem nenhuma consideração e agora volta, como se nada tivesse acontecido, como se eu fosse um papel qualquer querendo me reciclar? Desculpe, eu não pude evitar o riso de novo. Você é realmente ridículo. Coitado. Quase sinto pena de você. Pensando bem, eu tô com tanta dó que poderia fazer uma música de uma nota só.

Tá me pedindo para pensar bem porque tivemos uma história? Meu bem, você não cansa de fazer papel de palhaço, não? Oi? Tá falando para que eu não seja precipitada para não me arrepender? Você falando isso? Logo você? Queridinho, meu arrependimento foi ter me envolvido com alguém como você. Faz o seguinte, pega toda essa dor, esse arrependimento, esse amor aí, embrulha e faça uma música. Não, melhor não, você acha que canta mas na verdade é só um cantor meia boca desafinado. Não gostou? Ok, vou te dizer uma coisa já que estamos sendo tão sinceros nesse momento: como cantor você dá um excelente... Canalha. Isso mesmo que você ouviu. Um canalha. Só mais um cara de voz bonita que se acha estrelinha quando sobe num palco de bar de esquina. Só mais um. Nada mais do que isso, você só é mais um, como cantor de bar, como alguém na minha vida.

Melhor, pega tudo isso aí que tá sentindo e procura um analista. Sim, você precisa de um, sabe? Não tem dinheiro? Ah, vai naquele bar mequetrefe criar filosofias de bêbado Agora dá licença, tá, meu bem? Eu tô atrasada. Prometo fazer um brinde a você. Ao maior otário de todos os tempos. Tchauzinho, já perdi tempo demais aqui. Eu tenho uma vida mais bonita, feliz e sem você para viver.

Um comentário:

  1. Show, show! Ótimo para imprimir e esfregar na cara de pessoinhas alí hahahaha '

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