quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

6- Você Não Segurou Minha Mão




Você não segurou a minha mão. Você era a única pessoa que eu queria que tivesse segurado minha mão. Não estou desprezando a ajuda que recebi. Mas eu queria que a mesma pessoa que me aplicou uma rasteira viesse e estendesse o braço para me ajudar. Sabe, só por uma vez na vida você conseguisse pedir desculpas mesmo. Mas é claro que não faria isso. Você nem mesmo acha que errou.

Você errou. Posso não ser a mais perfeita das pessoas –e não sou mesmo –Posso ter errado. Posso ter sido meio imatura. Acha que não fico horas acordada pensando que tudo poderia ter sido diferente, que você ainda estaria aqui se eu não tivesse dito o que falei? Eu e essa mania de idiota de querer ajudar a todos acaba sempre destruindo tudo. Ainda assim, você não tinha o direito de ter dito o que disse. Você não faz ideia do quanto me doeu engolir tudo, o quanto aquilo me fez mal. O quanto demorou para que eu, enfim, conseguisse digerir sem que sentisse vontade de vomitar.

Eu só queria ajudar. Tá legal? Eu só estava estendendo a mão para você. Tentando segurar a barra com você. Mostrar que estava ao seu lado. Que podia confiar em mim. Você nunca confiou. É estranho, porque eu depositei em você toda minha fé, meu carinho, meu amor. Você foi a pessoa que mais confiei na vida, sabe? Que eu realmente achei que merecia confiança.  Apesar de tudo, eu achei que você sempre estaria aqui, a postos para me salvar quando eu gritasse. Que estenderia sua mão para me levantar. Que cuidaria das minhas feridas e colocaria um sorriso no meu rosto marcado de dor com aquelas suas piadas ruins.

Eu errei.

Não foi a primeira vez que confiei em quem não devia. Ou me deixei iludir e fantasiar histórias. Mas esta foi de longe a mais traumática. No fundo, eu queria desesperadamente que tivesse sido você, quem me faria ver que confiar é sempre melhor do que desconfiar. Não foi. Foi exatamente o contrário.

Você saiu aos berros e batendo a porta. Dizem que quem sai batendo a porta sempre volta. Você não voltou. Ao invés disso, deixou que as paredes trincassem e caíssem sobre mim. Foi exatamente isso: eu fiquei embaixo dos escombros por tanto tempo que achei que nunca mais veria a luz. Você não se importou. Você apenas deu as costas e se foi. Incapaz de pedir desculpas, incapaz de estender a mão, você me deixou à minha própria sorte. Eu ainda te esperei. Mas cansada, vi que você não voltaria para me ajudar. Você nunca mais voltou.

Olha, eu sobrevivi. Deixei os escombros com a ajuda de outras pessoas. E agora estou tentando arrumar a casa. Não que você realmente se importe com isso ou com o que restou em mim. Mas eu me importo que você saiba de uma coisa: se um dia precisar de ajuda, não precisa gritar por socorro. Estenda a mão. Apenas estenda a sua mão. Apesar de tudo –tudo mesmo –eu não vou recusar em te ajudar. Minha mão sempre estará  à postos, pronta para te puxar e te salvar.

Como você não fez. Como você não me salvou.

2 comentários:

  1. Meninaaa como eu adoreeeei aquiiii..voce escreve muito bem e me lembrou um livro chamado etilhaça-me já leu? onde as frases ssão riscadas com frases interligadas em seguida..muito bom! me identifiquei com muita coisa escrita aqui. Está de parabéns! meu blog é mais ou menos assim tambem! quer dar uma olhada? beijocas e meus parabens
    amei amei e amei
    http://cantinhodanina19.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. <3
      Eu nunca li esse livro não
      vou colocar na lista pra ser lido , parece ser legal *-*

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