domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sobre Aprender A Deixar Ir





Li em algum lugar um texto da Martha Medeiros que falava que alguns amores são movidos à adrenalina. Ela dizia que alguns casais vão sim chegar às bodas de ouro entre tapas e beijos e que isso é lindo, mas será mesmo? Passei por situações em minha vida amorosa que eu poderia ter evitado se eu soubesse dizer não. Na época, entre tapas e beijos com um certo amor, pensava exatamente deste modo e tudo o que eu mais queria era essa loucura imediata e para mim, brigar quase todo santo dia e terminar duas vezes no mês era normal e, quem sabe, até saudável. Foram por volta de quatro anos da minha vida passando por isso – talvez mais, mas também houveram pausas quase intermináveis. Eu fiquei cansada, eu sofri, chorei noites inteiras, passei madrugadas em claro e vivi um inferno até me dar conta de que isso simplesmente não era para mim.
Hoje, alguns anos depois (não muitos), eu consegui deixar claro entre mim e o meu coração o que eu realmente quero de um relacionamento e o que eu procuro em alguém que queira entrar na minha vida. Acabo de perceber que depois de perder o fôlego eu preciso de alguém que me deixe respirar intensamente com meus próprios pulmões e isso também quer dizer que me deixe viver minha própria vida. Eu não procuro por casos e acasos e paixões flamejantes, eu procuro por noites tranquilas de sábado e por segurança. Segurança emocional, eu digo. Pessoas que sabem lidar com o dinheiro não me interessam, preciso de pessoas que vão saber lidar com o meu coração. Que é, por castigo do destino ou puro acaso, inteiramente complicado e cheio de vontades urgentes.
Eu acredito que, se passarmos a vida inteira procurando algo que no fundo achamos que nunca será encontrado, talvez o destino jamais nos surpreenda. Vontades importam. Pensamentos limpos e positivos também. Somos feitos de intensidades que se conquistam em um olhar ou quem sabe, se você se permitir, em uma boa conversa numa cafeteria vazia. Você deveria se dar uma chance de aprender a dizer e a lidar com o não na hora que ele tiver de ser dito e/ou ouvido. Alguns amores intensos até chegam ao altar e as bodas de ouro, mas te garanto com toda a certeza que te pouparia de muitas noites em claro – esperando uma ligação que nunca vai chegar – saber ponderar entre coração e razão. Você sabe a hora certa de deixar ir. Todos nós, no fundo, sabemos.



Ana Beatriz
Eu sou um eterno clichê. E tudo bem, porque é isso o que eu quero ser. Amante de bons livros e boa música. Amante de um certo amor mal resolvido. E aspirante a escritora. E talvez, só talvez, até um pouco despreocupada com a vida. Escrevendo desde que me entendo por gente e contestando a existência humana e seus motivos. Achando que é tudo uma grande conspiração contra mim. Ansiosa e meio fria porque acho que foi isso que a vida me ensinou. E blablabla. Clichês. 



Gosta de escrever e quer ver seu texto publicado aqui? Mande um e-mail para nanzcampos@gmail.com e aguarde minha resposta.



3 comentários:

  1. Um amor com tantas brigas não vale a pena. Prefiro um amor calmo.

    Beijos.

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  2. Bom dia! Me serviu bem como um casaco em frio de solidão à dois. Não há nada de mal em sentar em uma cafeteria sozinha.Café e Amor devem ser servidos quentes. Na cafeteria sozinha pode ser que entre alguém sozinho como um livro. No desejo quente de se deixar ser lido. Boa sorte para mim e que a história desse possível livro me seja boa.@aflordecassia

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Comentários

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