terça-feira, 9 de abril de 2013

Sobre Amores Perdidos; Traumas Encontrados



Talvez a gente se encontre aqui ou lá, tanto faz. Ou talvez a gente se perca de vez e nos encontre –em outros braços, em outros abraços, em camas estranhas e em amores mal vividos –Talvez eu fique vendo você ir embora ou talvez eu vá embora vendo você ficar. Essa mania nossa, minha e sua, de fugir para não se machucar. E de medo nos fechamos todo, abandonamos a festa e nos trancamos a sete chaves. Como se fugir curasse todos os nossos traumas, como se ficar resolvesse todos os nossos problemas. Nada disso, a gente sabe. Não com você me deixando para trás nem comigo me escondendo debaixo da minha concha e te fazendo se afastar.  Talvez simplesmente não seja para ser –complicados que somos, perdidos que somos, inconstantes que somos –E aí por isso nos perdemos no meio da rua virando sem direção para um beco qualquer. Ou talvez seja e a gente só vá perceber lá na frente, tarde demais para arrumar as coisas.


É o preço que a gente paga por só tentar com garantias, dinheiro na mão, vai ou racha, oito ou oitenta. Ninguém mais se arrisca a aceitar um cheque por medo de ser sem fundo, ninguém mais pula de cabeça por medo da falta de profundidade das pessoas. Como se a vida tivesse alguma garantia, como se o amor engolisse promessas sem quebras. O bom e o mau do amor é justamente isso: eu te amo hoje e pode ser que amanhã também, mas daqui a cinco anos eu já não posso prever. O amor que quebra é o mesmo que te reconstrói. E não saber até quando vai durar não é inconstância, ou brincar com os sentimentos, é apenas entender que ninguém é senhor do tempo, ninguém aqui consegue controlar o que sente e até que ponto sente. Amanhã é amanhã e o depois a gente vê depois. Quanto ao hoje a gente se entrega e vive para não se arrepender. E talvez seja por isso que você e eu –e talvez aqueles ali, escondidos num canto, fingindo que estão bem também –não conseguimos ser felizes; você preso ao passado, eu aqui tentando prever o futuro –amores perdidos e traumas encontrados, assim somos nós. Você foge com medo de se envolver e eu me afasto cada vez mais para não me machucar. E nos machucamos enquanto ainda insistimos em ficar.

Talvez eu acabe por ir mesmo, vai saber. E pode ser que nos encontremos numa festa daqui alguns anos e talvez a gente se olha e perceba que podia ter sido você, podia ter sido eu, podia ter sido nós; se não tivéssemos tantas feridas, amores perdidos, traumas não resolvidos e medo de sofrer. O que é verdadeiro volta ou o que é de verdade nunca se vai? Talvez nunca entraremos num acordo já que não existem acordos que não possam ser quebrados –e já somos quebrados demais para nos arriscarmos mais um pouco –Para mim, simplesmente, verdadeiro não é nada disso. O que é verdadeiro se vai às vezes quando não lutamos e pode ser que nunca volte. O que é verdadeiro, para mim, é mais do que não perder; é aquilo que a gente não esquece, não abandona, não apaga, leva dentro de nós, mesmo que nunca mais haja algum contato.

E talvez nem sejamos assim tão de verdade. E nos vemos assim, amor que perdi, trauma a mais que encontrei. Talvez a gente nunca mais se veja ou talvez nos cruzamos por aí sem precisar de um adeus, cena de novela, portas batidas e ofensas rasgadas. Talvez aqui, talvez lá, talvez nunca ou talvez já foi. Te vejo todos os dias na minha memória e no coração partido que você deixou. Ou talvez deixa para lá, porque eu sei que te quebrei também. E quebrados ficamos, amores perdemos, traumas a mais carregamos. Ontem, hoje, amanhã e depois. Talvez.





 Curta a fanpage do blog e participem do sorteio do meu livro! Vai ficar de fora?

16 comentários:

  1. "E não saber até quando vai durar não é inconstância, ou brincar com os sentimentos, é apenas entender que ninguém é senhor do tempo, ninguém aqui consegue controlar o que sente e até que ponto sente. Amanhã é amanhã e o depois a gente vê depois."

    Que texto é esse hein?
    Precisava ler algo assim.
    Perfeitinho demais. Mais uma vez, parabéns!
    <33


    ResponderExcluir
    Respostas
    1. oun, obrigaada
      amo quando dizem isso "precisava ler algo assim" e coisas do tipo

      <3

      Excluir
  2. Ou eu to de TPM ou você me vez chorar com esse texto, principalmente esse trecho "E aí por isso nos perdemos no meio da rua virando sem direção para um beco qualquer." me encontro num beco sabe, mas, enfim, muito bom o texto demais mesmo parabéns


    Beijos <3

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acho que você está na tpm
      HSAUASHASUSAHASSAUSAHSUSHSAUSAHSAUAS

      mas obrigada

      Excluir
  3. Uau!

    Ótimo texto .. parabéns ;]

    ResponderExcluir
  4. ''O que é verdadeiro, para mim, é mais do que não perder; é aquilo que a gente não esquece, não abandona, não apaga, leva dentro de nós, mesmo que nunca mais haja algum contato.'' Tão certo :'(

    APLAUSOS UM DOS MELHORES TEXTOS Q JÁ LI!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exagerada
      SHASAUSAHASUSAHSAUSAHSAUASSAHASUSAHSAUSAHSA
      mas oun, como não morrer de amores por você? hahahahaa

      Excluir
  5. Pera, foi feito pra mim! Acho que se eu mandar pra "ele", ele também vai se identificar, com certeza! KKKKKKK

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. HSAUSAHSAUASSHASAUASHASUSASAHSAUSA
      adoro quando dizem "foi feito para mim" <3

      Excluir
  6. "Você foge com medo de se envolver e eu me afasto cada vez mais para não me machucar. E nos machucamos enquanto ainda insistimos em ficar." uau :(

    Texto perfeito *.*

    ResponderExcluir
  7. Ahazouuuuuuu Nands!
    ai que orgulho dessas escritoras da minha vida <3
    hahahahhaahahah q

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. oun, foooooooooooooooooooooooofa
      <3
      essas desenhistas da minha vida!!! HSAUASHASUSAHSAUASHASUSA

      Excluir

Comentários

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Compartilhe