Apesar de triste e confusa, eu
me sinto relativamente bem. Pensar em você ainda me alimenta e só eu sei o quão
difícil foi escolher não prosseguir, porque o único jeito de encontrar com você
era dar passos para trás. Todo mundo me julgou por isso. Até meu atual
namorado. Futuro ex, sabe.
Soube que você está bem. Que
encontrou outra pessoa e que rasgou minha foto 3x4. Inclusive sei que doou
aquela minha blusa de lã para a campanha do agasalho. Fez bem, confesso.
Aquecer alguém no inverno sempre te deixou com a consciência mais leve, mas
acredito que esse ano tenha sido um tanto mais doloroso porque você sabe que eu
continuei passando frio.
Meu coração gelou, meu bem. E
eu arrepio toda noite quando sonho com você. Cansei daqueles sonhos embaraçosos
onde você sempre vem me buscar. Atualmente, durmo embriagada. Suficientemente
cansada para não me preocupar com você me visitando durante a noite. Eu voltei
a fumar também. E aquela sua blusa azul, que você tanto gosta, fede ao cigarro
que você tanto odeia. Foi a forma mais terrível que encontrei para te atingir.
E nem te atingiu. Mas eu não sei fazer mais que isso.
Rasguei fotos, joguei fora
alguns textos e tentei não escrever sobre você. Tentei não encontrar com você por
aí e começou a dar certo, mas encontrar comigo mesma é encontrar com você
também. Me pergunto quantas vezes Deus não te impediu de cruzar o meu caminho,
fazendo com que você frequentasse somente a minha alma. Você pode ter
atravessado aquela avenida pouco antes de mim. Enquanto você estava na fila do
supermercado, eu estava lá nos fundos escolhendo o que comer naquela noite.
Fico feliz porque isso aconteceu. Não aguentaria cruzar com ela também. E sei
que vocês não se desgrudam mais.
Outro dia sonhei que te
parabenizava pelo casamento. Acordei em paz, mesmo não sendo a noiva. Seu
fantasma me acalma, caso não saiba. Amadureci muito mais com sua perda do que
com a sua presença. E me sinto bem por isso, apesar de confusa. E eu ainda
gosto de encontrar com você por aí. Por aqui. Mesmo que os espaços se limitem à
minha mente.
Ainda uso os esmaltes que
gosta. Ainda tenho aquele travesseiro mais alto que te livrava da dor chata no
pescoço. Ainda alimento a alma de pequenas doses diárias de você e tenho medo
de que meu estoque esteja chegando ao fim. Seus rastros me dão forçar para
prosseguir e vira-e-mexe eu faço uma visita ao passado como forma de me
alimentar. Mas, sabe, algumas lembranças estão sendo apagadas da minha mente. E
eu não sei mais o que fazer para te manter vivo aqui.
As lembranças doem, mas saber
que elas um dia chegaram ao fim consegue ser ainda mais doloroso. Saber que vou
acordar e não restará mais sentimento algum me faz ter pesadelos durante a
noite. E eu ainda acredito que voltará por mais uns dias, só para me abastecer
um pouco mais das suas energias e descongelar meu coração. Mesmo que essas
visitas sejam só durante à noite. Seu lugar na cama ainda está guardado. Vem.
Deita aqui.
Você já deve ter ouvido falar de Dreisse Drielle, certo? Ela, que não sabe ser senão intensa, é estudante de jornalismo que vomita seus sentimentos e verdades lá no blog (maravilhoso, diga-se de passagem) Intimidade Efêmera (tá esperando o que para conferir, mesmo?)
Na tag convidados, eu convido os autores que eu gosto de ler para indicar a vocês. Se tem um blog e quer ver um texto publicado aqui, comente e deixe o link para que eu dê uma passada lá. Quem sabe você não será o próximo? Você também pode indicar algum blog que, caso eu goste, eu convido o autor para estar aqui.
Caramba, fê, tou aos prantos aqui com esse texto. Muito lindo. Não tenho tanta habilidade, mas tento, já que escrevendo é a única forma de amenizar certas dores.
ResponderExcluirManda teu email, queria passar um texto pra tu!! Bjo
Excluirnanzcampos@gmail.com
Excluirpode mandar que eu leio!!!
Obrigada pelo elogio, Amanda! Que bom que gostou do texto :D
ExcluirTambém estou acompanhando teu blog e lendo os textos antigos! Parabéns, Dreisse!
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