Tomei todas ontem para tentar esquecer você. Se durante o
dia monitoro meus pensamentos para não pensar naquele seu maldito sorriso-voz
baixa-galã sedutor, a noite você me invade por completo em
sonhos-pesadelos-felizes-agoniantes-de chegadas inesperadas-e-partidas
doentias. Fui para uma festa e fiz o que as pessoas solitárias-sobrevivendo-ao-náufrago-do-amor-sempre-fazem
para fingir que estão bem. Me entupi de pessoas vazias álcool corpo
desconhecido paixões avassaladoras de
uma noite só e calmantes para fazer dormir. Talvez você tenha notado nas fotos
que meus sorrisos já não são os mesmos. Ou talvez eu ainda seja a mesma boba de
sempre que ainda acha que você se importa comigo ou como eu estou. Mesmo
sabendo que você nunca deu a mínima para as lágrimas que derramei um dia por você.
Ainda que tenha me convencido com aquele sorriso de comercial de pasta de
dente-ajeitada no óculos-voz sussurrada ao pé do ouvido-gemidos no meio da
noite; ainda que tenha te deixado me inundar por você sabendo que não estaria
aqui para limpar os destroços que restou; ainda que tenha me convencido de que
era amor quando você multiplicava meu mundo em mil cacos ao me levar a orgasmos em noites-frias-manhãs-excitantes (e não apenas sexo selvagem que
foi); ainda que.
Se você se importasse mesmo, não teria dito que me
amava-sem-amar só porque sentiu-se pressionado pelo “eu te amo” que eu disse
sem perceber naquela quarta cinza e morna, esquentada por sua crise imbecil de
ciúme sem propósito e sem razão. Se você se importasse com o que se passa aqui,
não teria ido viver seu lá nos braços de loiras peitudas-morenas malucas-
ruivas exóticas. E, então, não teria dado uma desculpa de que não-estou-pronto-para-relacionamento-sério-o-problema-sou-eu-e-não-você,
sumido e voltado semanas depois como se
nada tivesse acontecido. Eu te abri os braços e meu pobre coração achando que
daquela vez seria diferente –como se a história tendo os mesmos personagens
pudesse mudar o seu final –E, então, se você se importasse, já teria me
impedido de cometer outra loucura de ir para camas desconhecidas depois de
doses extrapoladas de álcool em noites frias para ver se consigo finalmente me aquecer.
Me tornei uma dessas suas morenas-malucas que você gosta, na esperança ridícula
de que você me olhe outra vez, venha até aqui e me salve de mim mesma.
Depois de um porre de amor, ninguém se livra da ressaca do
que poderia ter sido diferente “se”. Se
eu não tivesse me apaixonado, fingindo que acreditava em sua paixão quando,
hoje sei, era só um sexo-maravilhoso causado pela minha entrega a você que sempre
foi desmedida. Porque minha alma eu entreguei a um diabo e não havia sentido
manter pudor num corpo doente por amor. Um amor que não achei em você e ainda
assim procurei. Então, vim aqui na rede social postar essa foto do meu
riso-bêbado-olhos-brilhantes-por-causa-da-luz-da-boate, abraçada a um cara que não
lembro o nome (mas com o qual fui para cama e você vai saber assim que olhar)
só para te mandar o recado falso de que já esqueci você. Uma dessas mil
mentiras que a gente diz para sobreviver. E, na real, eu realmente tenho
sobrevivido. Ei, amor, sua catarse já está sendo superada, a bagunça está sendo
limpa, e, talvez, a ressaca desse amor já esteja acabando. No fundo, e depois
de alguns vômitos sobre o tapete-verde-musgo-sem-graça que você me deu de
aniversário, tão sem graça quanto foi o nosso amor, já consigo enxergar que dá
para ser feliz sem você. Apesar de ser bem mais difícil.
IN-CRÍ-VEL CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP!
ResponderExcluirAmei Fê <3<3<3<3<3
AF <33333
ExcluirMARAVILHOSO!
ResponderExcluirAI Hélvio
Excluirmorro quando cê comenta, hahahahaha
Mas que peeeeeeeeerfeitoo!
ResponderExcluir<3333
ExcluirEu tô impressionada com o quanto esse texto é MEU <33333
ResponderExcluirIncrível, Nanz.
ameeeeeeeeeeeeeei!
Que possessiva
Excluir(deu medo, vdd)