quinta-feira, 3 de julho de 2014

Carta A Quem Me Deixou.

just a girl.

Por anos você me fez acreditar que ser infeliz do teu lado era a minha única opção. Você fez tudo parecer saudável e aceitável, e eu, cega, acreditei e aceitei viver uma mentira. Aceitei os teus erros, perdoei o imperdoável, abri mão da minha própria vida pra viver a tua. Eu fui pra você o que eu nunca tinha sido pra ninguém antes. Aprendi a lavar, passar e cozinhar. Fui aquilo que eu nunca quis ser, mas você, porventura, me fez acreditar que era o que eu queria. Eu vivi anos da minha vida presa num conto de fadas, que nunca passou de uma farsa. Armadilha do destino. Meu conto de fadas se tornou meu filme de terror.

Você bateu a porta na minha cara e não me deu sequer uma explicação. Não me disse porquê, não fez questão de ligar pra saber se eu estava viva. Não voltou atrás, não citou mais meu nome na roda de amigos. Nem um daqueles copos de whisky foram tomados pensando em mim. Você foi porque quis ir, simplesmente. Foi porque, talvez, eu não tenha sido o suficiente pra você — mas não me culpo e nem me martirizo, pois sei que eu fui o melhor que eu pude ser. Uma pena que tenha sido pra pessoa errada. 

Nossos planos viraram pó nas tuas mãos. O apartamento maior, a casa na praia, os dois filhos... Tudo virou pó, passado, ilusão. Você jogou tudo fora — inclusive eu. Em matéria de amor, você está de parabéns! É a primeira pessoa que vejo trocando o tal "amor da vida" por um outro "amor" com mais um pouco mais de bunda, peito e um pouco de menos de cérebro. Não é dor de cotovelo, é constatação. Mas tudo bem, quem sou eu pra te julgar?! Você encontrou sua felicidade numa mulher mais bonita e eu achei que havia encontrado a minha felicidade numa infelicidade cômoda. Mas sorte a nossa que um dia a venda sai dos nossos olhos.

Por essas e outras que eu te digo com toda a convicção do mundo: eu não te devo nada. Nem desculpas pelas minhas cenas de mulher abandonada. Mas você, meu bem... Você me deve muito. Me deve anos de vida perdidos em função de uma causa sem solução. Me deve mil desculpas por todas as vezes que me fez sentir menor que uma formiga. Me deve desculpas pelos erros que você cometeu inúmeras vezes e que eu, involuntariamente, sempre perdoei. Você me deve muito. Me deve coisas que o dinheiro jamais será pagar. Você me deve o tempo que eu perdi com você. Me deve um pedido de perdão por ter permitido que eu vivesse uma mentira tão cruel e por tanto tempo. Você me deve uma vida de sonhos, planos e reviravoltas. Você me deve tanto, mas tanto, que eu nem espero mais que você quite as dívidas que tem comigo. A única coisa que eu espero é que um dia você olhe pra trás e perceba o quanto errou. Eu não te desejo infelicidade, desejo apenas que a lei do retorno se aplique. 

E quanto a mim, meu bem... Eu vou atrás da minha felicidade de verdade. Por mais que eu passe a vida toda procurando por ela. Afinal, eu descobri que a felicidade não é uma obrigação — é uma escolha. E se um dia eu escolhi ser infeliz porque me era cômodo, hoje eu escolho correr atrás de ser feliz. Eu tô indo por uma estrada que eu nunca visitei antes, e espero, do fundo do meu coração, não esbarrar com você no trajeto.









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