Seu Velho Violão

Sinto saudade do seu velho violão. É, daquele que tava com o braço meio velho e meio empoeirado porque você largava encostado atrás da porta. Nada contra esse novo, o som é legal e você tocou suas novas músicas nele, combina com essa sua nova fase.

Aquele que fez trilha para nossos melhores domingos ou terças feiras de manhã. Nada de mais, um pouco de Legião e até umas músicas mais melosas porque, convenhamos, combinavam. Que você trocava uns beijos e amassos por canções que me eram favoritas. Um tipo de suborno agradável, aos corpos, aos ouvidos das almas e nossos corações.

Não é que eu sinta falta de você, sinto mesmo do violão, amarronzado nem tão claro nem tão escuro, bela cor. Lembra a cor dos seus olhos, não que isso seja importante. Mas o violão foi parceiro, não podemos negar. Meu, seu, nosso, da vida que tínhamos. Salvou-lhe daquela briga que tivemos e que depois de umas belas cantorias, não resisti e caí em seus braços sorrindo.

O hábito de tocar violão pelo jeito foi embora junto comigo, né? Porque agora fiquei sabendo que seu estilo musical deu uma mudada. Gostava do antigo estilo musical, gostava do antigo corte de cabelo, gostava das antigas terças feiras. Gostava mesmo do seu antigo violão.

A Mandy Versailles é filósofa de vez em quando, artista em período integral, acha que as pessoas simples são as mais extraordinárias. 18 anos, adepta de solilóquios constantes e com alma de velha. Você pode acompanha-la pelo instagram ou pelo flikr.

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