Eu poderia afirmar que foi amor à primeira vista,
que me apaixonei no mesmo dia em que te conheci, mas essa só seria uma mentira
sem vergonha contada pra fazer a nossa história (será que dá mesmo pra chamar
assim?) se parecer com aqueles romances de filmes água com açúcar que eu adoro
assistir. Acho que posso dizer que gostei de você, mas não foi nada de mais
sabe, como dizem “o santo bateu”. Só isso. Achei fofa a maneira como você
apertava a manga do cardigã na palma das mãos enquanto falava e na minha cabeça
eu brincava de adivinhar se você se envergonhava por ter que se apresentar em
público. Não gravei nem metade das palavras que você disse, mas lembro de te
ouvir falar que já tinha sido vegetariana porque nesse momento eu pensei “Como alguém consegue viver sem bacon?”.
Tá vendo?! Te disse que não tinha sido nada de mais.
Também me lembro de ouvir você pedindo opiniões
sobre sua franja, acho que tinha acabado de cortar. Se naquela época eu te
conhecesse como te conheço hoje (o que nem é tanto assim) eu diria que prefiro
quando ela está mais longa, porque acho seu rosto tão lindo e gosto quando não
tem nenhum cabelo me impedindo de ver uma parte dele. Ou talvez eu dissesse que
por mim você continuaria cortando porque acho um charme aqueles fios meio
bagunçados na testa. Ou talvez eu dissesse que te acho linda de qualquer jeito,
o que é uma das frases mais clichês desse universo, mas nem por isso deixa de
ser verdade.
Se naquele encontro esse enxame de borboletas que
fica completamente eufórico quando te vê sorrir já morasse aqui dentro de mim,
eu aproveitaria todo esse papo sobre aparências para elogiar seus olhos. Acho
que nunca fiz isso né?! Fazer o que, o ser humano tem essa mania estranha, vê
esse monte de coisa maravilhosa ao redor e fica tão embasbacado que não se
lembra de parar pra elogiar. Mas dessa vez não vou deixar a oportunidade passar,
não vou deixar você dormir nem mais um dia sem saber que essas duas bolinhas
verdes (Ou seriam azuis? Ou cinzas? Ah, sei lá) que você tem no rosto são uma
das coisas mais lindas desse mundo. E que fico encantada quando o sol incide
sobre você, seus olhos ficam semicerrados e você reclama da claridade. Pra você
deve ser desconfortável pra caramba, mas eu acho lindo.
Agora as aparências vão ter que me dar licença
porque preciso falar sobre aquelas coisas que os olhos até podem enxergar, mas
só o coração consegue contemplar de verdade. Primeiro, o seu abraço. Eu moraria
dentro dele se fosse possível, tanto que quando estamos juntas eu fico
procurando as desculpas mais esfarrapadas pra correr pra perto de você e me
enfiar entre os seus braços. Depois vem o seu colo. A paz que eu senti nas
poucas vezes em que tive a oportunidade de estar deitada nele é tão incrível
que seu pudesse guardaria um pouquinho dela dentro de um frasco só pra ir
aproveitando ao longo da semana. Esses pequenos momentos deixam meu coração tão
contente, que eu te garanto que se ele pudesse faria questão de estampar um
sorriso de orelha a orelha, igualzinho ao meu quando estou perto de você.
Eu conseguiria passar horas só falando sobre você.
Sobre como eu adoro cada uma das sardas do seu rosto, ou o quanto eu acho legal
essa sua maneira de amarrar o cadarço do all
star, ou ainda sobre o esforço que faço pra aprender o significado do
pingente desse colar que você usa sempre (já te ouvi explicar umas mil vezes,
mas nunca consegui gravar). Mas perderia a graça se eu despejasse todos os
elogios em cima de você de uma só vez, preciso guardar algumas cartas na manga.
Agora deveria haver aqui uma frase que encerrasse o texto e desse algum sentido
para todas essas coisas que eu escrevi, mas a verdade é que esse é só o meu
primeiro texto sobre você e sobre tudo o que eu sinto por você.
Tá vendo?! Eu devia ter avisado que não era nada de
mais.
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