Você escreve e quer participar da Equipe UDC? Corre pra mandar seu texto pra gente!
Eu acordei hoje com você ainda mais forte em meu pensamento. Toda vez que eu estou bem por um tempo maior e acredito que ficarei finalmente limpa, você volta. Eu escondo de todos quando eu me sinto assim e todos compram essa minha personalidade fria, mas é quando eu fico sozinha que você grita o mais alto possível. Eu tento me sabotar, mentir e trair a mim. Eu chego quase a acreditar nessa atuação, mas em dias como hoje eu percebo o quão má atriz eu sou.
Eu não consigo admitir que eu o quero aqui, na minha cama e envolto a mim depois desse tempo porque você nunca conseguiu demonstrar totalmente. O nosso amor ficou em palavras. Sim, como naquela música da Cássia. Todas as letras foram sopradas, escritas ao vento, ao vazio. Nosso amor foi de papel.
Nós dois sempre fomos assim. Firmes, práticos, discretos e estáticos. Como uma folha em branco, seguíamos sendo o melhor papel de filho, de amigo, de estudante, de profissional. Sempre em linha reta e sem dobras, amassados e rasgos. Buscávamos uma proteção a todo o custo e nos protegíamos de cada pingo de chuva. Somos de papel por sermos ao mesmo tempo frágeis. A exatidão, a seriedade e a racionalidade nos privou até hoje de qualquer quebra, mas é que livres disso viraríamos os restos do triturador do escritório.
Por que nenhum de nós consegue se mover? Será que tudo isso vai morrer com a gente? A verdade é que já nos rasgamos mesmo acreditando que nos manteríamos inteiros.
"Sentir que estamos perto, saber que o longe foi opção". Esse verso da música Surreal sintetiza tudo. Foi uma escolha. Nossa escolha e que segue nos imobilizando. Será surreal somente? Será que somente eu contínuo revivendo tudo em minha mente?
O pior é que a gente nunca sabe. Eu só preciso aprender a continuar, a mergulhar, a correr, a gritar, a seguir. A Viver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários