terça-feira, 10 de novembro de 2015

Meio cheio, meio vazio.





Meu aniversário é uma data que significa muito para mim, mas nunca soube muito bem como deveria me sentir quando ele se aproxima. Planejo algum tipo de comemoração com meses de antecedência e fico ansiosa imaginando se vou ganhar aquele livro que estou desejando há meses ou uma grana extra que geralmente eu até já sei onde aplicar. Mas sempre há aquele momento em que eu paro para refletir sobre a vida (faço muito isso, mas as reflexões de aniversário são as piores) e não sei se fico feliz por ter vivido mais um ano, ou se me assusto com esse passar dos anos que nos últimos tempos parece acontecer num ritmo frenético.
               
Não tenho essa neura de esconder a verdadeira idade ou de rejeitar rugas e todas essas marcas que o tempo deixa no rosto e no corpo. A questão é que diferente das obras de ficção, a vida real não dá sinais de que o fim está se aproximando e não nos permite prever de alguma forma quando e como ele vai chegar. Por isso eu nunca soube se devia comemorar um ano a mais ou se devia ficar triste por ter um ano a menos. Como diz aquela velha expressão “Você vê o copo meio cheio ou meio vazio?”. Nunca soube opinar direito sobre o meu copo.
               
Quando me perguntam qual é meu maior medo, sempre respondo “a morte”, sem hesitar. Não que eu queira viver para sempre, na verdade até acho que isso seria bem triste, mas não quero partir desse mundo sem ter a chance de realizar meus maiores sonhos. Porque não dá pra chegar lá em cima e dizer para Deus “Cara, me manda de volta, eu ainda preciso publicar um livro, encontrar o amor da minha vida e terminar de assistir a última temporada de Under the Dome.”. Aniversários me fazem pensar na fragilidade da vida e na importância do tempo que temos aqui na Terra.
               
Decidi falar sobre assunto porque um mês atrás passei por essa enxurrada de pensamentos e há alguns dias li um texto que me fez reviver tudo isso. A Liliane Prata (uma das minhas escritoras preferidas) costuma compartilhar algumas situações do seu dia a dia em sua página no Facebook. Há alguns dias ela postou um diálogo com seu pai e uma fala dele deu origem a toda essa reflexão por aqui. “Envelhecer é o único jeito de continuar vivendo, certo? Ou morre jovem, ou fica velho. E eu gosto de viver, aceito o passar do tempo.”
               
Essa frase fez com que eu enxergasse algo que até então, em vinte e dois anos de vida, eu não conseguia compreender. Os anos passam, a vida muda e o tempo não para pra esperar a gente se recompor antes de seguir em frente. Envelhecer é mesmo a única maneira de continuar vivendo, e abraçar esse fato é a melhor forma de conseguir fazer essa jornada em paz. É normal ainda ter algumas inquietações e umas crises de vez em quando, ninguém consegue ser sensato o tempo todo, mas não deixe isso te consumir. Comece a constatar que se viveu um ano a mais e tente enxergar seu copo meio cheio. Não posso afirmar que isso será a solução de todos os seus problemas, mas garanto que deixará a vida mais leve e divertida.



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