sexta-feira, 6 de novembro de 2015

SELEÇÃO RESULTADO: Depois Do Fim

ESSE É O PRIMEIRO TEXTO SELECIONADO NA PRIMEIRA FASE DO UDC
Se você gostou, dê uma curtida e ajude a autora dele a entrar pra equipe.
As curtidas desse texto valem do dia 06/11 até o dia 08/11.





Fechei os olhos com força quando o avião pousou. Era um misto de alívio, medo e dor. Sempre tive medo de voar, você sabe, então o alívio era pelo avião não ter caído. 

Só que isso também queria dizer que eu estava lá.

Primeira vez que voltei pra casa sem você. 

Senti medo de te ver e um pavor enorme ao pensar que isso provavelmente não iria acontecer. Estranho quando nem a gente sabe direito o que fazer com o que sente. 

A vontade de te ver era enorme pela saudade, mas ia concretizar o fato que eu tava evitando até agora: a gente não era mais um casal. "A gente" não existia mais. Agora era você e eu, bem longe e distantes, como se nunca tivéssemos compartilhado uma vida, sonhos, a mesma cama e os mesmos plano. 

Eu te vi em todos os rostos. 

Meu coração parava de bater toda vez que passava um cara de barba usando uma camiseta de super herói. Também te vi em todos os lugares, mesmo aqueles que nunca tinhamos ido juntos, como se aquela cidade tivesse sido marcada pela sua passagem na minha vida e pelo tempo em que você existiu nela. 

Esse mesmo tempo pareceu parar quando você foi embora.

Não sei se existe um prazo pra sentirmos falta de alguém ou até quando vai doer, mas sei que tudo pareceu mais intenso sabendo que estávamos bem perto um do outro. Entenda: uma coisa é me forçar a te esquecer à 700 quilômetros de distância, outra é tentar te esquecer quando o próprio carro parecia saber de memória o caminho pra sua casa. 

Passei de propósito no lugar que você me pediu em namoro. Estacionei na rua, e acho que até no tempo, pra tentar voltar naquele momento. Como pode algo acabar sem parecer que era o fim? 

A vida é curta e passamos grande parte dela procurando alguém pra dividi-la com a gente. Aí, quando achamos, deixamos ir embora por besteira. 

Ainda não descobri se fui eu que te deixei ir ou se você já tinha decidido partir. Mas, de qualquer modo, você foi e eu fiquei. Fiquei com a saudade, a lembrança e a inquietude de não saber o que poderia ter sido. 

Uma história que acaba no fim é triste. Mas uma história que acaba no começo, antes mesmo de ter a chance de ter sido, é sufocante. 

Fechei os olhos com força de novo. O avião estava decolando. Quatro dias depois, eu estava voltando de casa ainda mais vazia que quando chegara. 

Estava vazia de você.

A autora desse texto é Paula Toledo, que mesmo com 22 anos não decidiu se transborda em palavras ou se são as palavras que não cabem dentro dela (boa sorte pra buscar essa resposta, Paula!). Ela escreve porque acredita - na justiça, nas pessoas, no amor e na vida. E, principalmente, acredita que é escrevendo que se acha o sentido das coisas - ou pelo menos chega bem perto. Por que ela quer participar da Equipe do UDC? Para ela, seria a concretização de um sonho dividir espaço com tantas pessoas inspiradoras (a gente agradece a hipérbole!) e quem sabe inspirar alguém também.

E aí? Gostou do texto da Paula? Então deixa sua curtida, seu comentário, sua torcida. Porque ela agora precisa de vocês!

5 comentários:

  1. Muito beo o texto, não tem como não se identificar

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Perfeito!!! Amei a parte "Uma história que acaba no fim é triste. Mas uma história que acaba no começo, antes mesmo de ter a chance de ter sido, é sufocante."
    Ela deve ser colaboradora com certeza!!! Quero mais textos como este!

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  4. Amei! É exatamente o que a gente pensa

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Comentários

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