Sempre admirei
vários escritores e há uns cinco anos, quando decidi começar a escrever meus
próprios textos, não sabia dosar ao certo o quanto me inspirava nesses autores.
Acreditava que se certa pessoa fazia sucesso escrevendo do jeito “x”, eu
deveria escrever da mesma maneira se também quisesse conquistar fãs e ser
reconhecida como uma escritora profissional. Seguindo essa linha de pensamentos
numa época em que estava viciada nos textos do Isso não é um diário e do Uma
dose de café (nessa época eu nem podia sonhar que um dia publicaria meus
textos por aqui), entrei numa onda de que precisava escrever textos que
falassem sobre o amor.
Passava
dias e noites imaginando que tudo que eu mais queria era escrever uns textos de
amor bem lindos, daqueles que tem trechos super românticos planejados para
render likes e compartilhamentos nas redes sociais. Tinha certeza de que meu
sucesso na internet dependia fortemente da minha capacidade de falar sobre esse
sentimento e de tanto me esforçar acabei conseguindo escrever os tais textos.
Na maioria das vezes as palavras refletiam situações que eu enfrentava na vida
real, então apesar de meus amores se desenrolarem através das linhas sem chegar
a um final feliz, eu ficava contente por conseguir escrever boas histórias.
O
problema é que um dia eu parei para analisar o conteúdo que eu produzia para o
meu site pessoal e para o Uma dose de
café e percebi que estava escrevendo apenas textos de amor e nada mais. As crônicas,
que me trouxeram para dentro desse mundo das palavras e que por sinal eu sempre
amei escrever, foram perdendo espaço em minha vida e aquele dom de arrancar histórias
das situações mais bobas do cotidiano foi se perdendo entre todos esses amores
que enchiam minhas páginas em branco.
Tudo
isso mudou quando nesse segundo semestre uma grande amiga decidiu começar seu
próprio blog (aliás, vem conhecer o SeteDoze que é amor na certa) e eu me
apaixonei por suas palavras. Vejo tanto de mim nas palavras da Larissa, e esse
jeito leve que ela tem de falar sobre as coisas mais simples (e sobre as que
não são tão simples também) me fez lembrar a garota que eu era lá em 2011
quando comecei a levar a sério esse lance de escrever. Essas lembranças foram o
empurrãozinho que faltava para que eu finalmente conseguisse voltar a escrever
sobre tudo, sem me preocupar tanto com o retorno que teria ao publicar.
Escrever
sobre amor é ótimo, mas deixar de escrever só sobre ele é ainda melhor. Nós somos
muito mais do que as histórias que construímos com outras pessoas e nossas vidas
vão muito além das histórias de amor que vivemos (ou deixamos de viver). Às vezes
é preciso parar e observar seu interior para ser capaz de enxergar melhor tudo
que existe ao nosso redor. É claro que quero continuar escrevendo sobre meus
amores, mas não quero que meu trabalho se limite a falar sobre eles. Há um
mundo inteiro lá fora desejando ser explorado e comentado através de minhas
palavras, e o que eu mais quero é ser sempre capaz de atender esse pedido.
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