2015 está acabando (ALELUIA, nem consigo acreditar). Eu não vou ficar aqui dizendo o quanto esse ano foi horrível porque estou no período anual de limpar as coisas desnecessárias de mim (emocional, psicológica, material, etc.), então, para me fazer lembrar que NEM TUDO FORAM PEDRAS NA MINHA CARA eu resolvi compartilhar com vocês as coisas mais maravilhosas que ganhei esse ano (porque a gente sempre ganha alguma coisa, você sabe).
A começar, os cinco melhores livros que li esse ano (eu li muita coisa, tanto livro acadêmico, que eu adoraria indicar, mas não vou fazer isso aqui ~ quem quiser é só dar um grito ~ quanto livros de literatura. Li muita coisa ruim, muita coisa boa, muita coisa mais do mesmo e algumas coisas que só me tiraram da zona de conforto.). Dos quase 50 livros que conheci esse ano, aqui vai a lista dos que mais gostei:
5. Dançando Sobre Cacos de Vidro (KA Hancock - 2013)
Comprei esse livro despretensiosamente numa promoção, sem saber sobre o que se tratava e se era bom. Demorei um pouco para ler quando ele chegou porque a sinopse me exigiu um punhado de coragem. É a história de um cara com bipolaridade e uma mulher com histórico de câncer maligno em toda sua parte feminina da família. Ambos decidem não ter filhos pois suas doenças tem um forte caráter genético.
Esse livro é um tapa na cara para te fazer sair da zona de conforto (e eu adoro isso, livro para sair da zona de conforto). Quando terminei achei que ele era um belo exemplo para que o Freud denominou pulsão de morte: você sabe que vai sofrer, que vai doer, mas você simplesmente não consegue parar de ler até o último ponto mesmo que isso possa te matar.
E tem outra, a cada linha você é levado ao extremo das emoções, ao limite das lágrimas, para não chorar. A autora consegue segurar seu choro até quando ela quer e, aí, tudo desaba (PONTO PARA ELA).
SPOILLER: é um livro de drama que pode não ter final feliz (pra quem gosta só de histórias amorzinho, pule essa indicação. Para quem sabe que a vida nem sempre tem o seu oh-e-eles-viveram-felizes-para-sempre-com-seus-três-filhos-e-um-cachorro, vai em frente).
4. Como Eu Era Antes de Você (Jojo Moyes – 2013)
Esse foi indicação da linda da Jesse, que, por causa do livro que eu estava escrevendo, ela achou que poderia ser uma boa eu ler. Drama, para mim, é sempre uma boa pedida para ler. Então criei coragem e comecei a história da Jojo que, desde o começo, você sabe que não vai ser bonita. Está lá, a cada vírgula e palavra não dita, que você vai chorar pra caralho e, mais uma vez, a gente vai até o final. É estranho porque você sabe o que vai acontecer no final desde a primeira linha e MESMO ASSIM você resolve ler porque não acredita que AQUILO REALMENTE VAI ACONTECER. Mas aconteceu. Meu coração ficou partido e eu desejei esganar a autora um milhão de vezes.
O que eu mais gostei no livro é que ele não é mais uma história de romance, tem nele toda uma carga moral e ética do que deve ou não deve fazer; toda uma discussão sobre quem é dono das decisões de nossas vidas e toda uma construção sobre tudo aquilo que a gente não faz por medo de fazer. Ele é muito mais profundo do que um romance com drama.
Você ainda não leu? É melhor ler antes que o filme saia. Você sabe, os livros são sempre os melhores.
SPOILLER: Compre duas caixas de lenço. Ok. TALVEZ TRÊS CAIXAS DE LENÇO para ler de acompanhamento. E muito, muito chocolate.
3. Um Perfeito Cavalheiro (Julia Quinn, 2014)
Maravilhosa, rainha, diva da porra toda, minha linda e sempre querida Quinn, tem uma série de livros da FAMÍLIA BRIDGERTON e seus inúmeros filhos sempre muito parecidos que seguem a ordem alfabética de nomes. Eu indicaria todos os livros da família (O Duque e Eu; O Visconde que me Amava; Os Segredos de Collin Bridgerton; Para Sir Phillip, Com Amor; O Conde Enfeitiçado). São todos maravilhosos, são todos de época, são todos passados na Inglaterra, são todos com homens lindos e romances de suspirar, mas UM PERFEITO CAVALHEIRO foi o eleito esse ano.
Motivo: É UMA RELEITURA DE CINDERELA e eu não sei vocês, mas tudo que é uma releitura do meu conto de fadas preferido eu QUERO NA MINHA ESTANTE JÁ.
É romancezinho, claro, não tem grandes dramas além de que as mulheres precisam casar, o cara não quer casar, eles se apaixonam, etc, etc, mais do mesmo, mas eu vou repetir: É JULIA QUINN E É RELEITURA DA CINDERELA. E, se nada disso bastar, eu vou dizer que Benedict é MARAVILHOSO E NÃO TEM COMO NÃO SUSPIRAR POR ELE.
Agora vá ler. Anda.
SPOILLER: tem final feliz UHU, porque nem só de drama vive a estante literária da Fernanda.
2. Onde Andará Dulce Veiga? (Caio F. Abreu)
Uma vez Caio F., sempre Caio F. Vocês já sabem. Meu autor preferido foi contista, cronista, poeta e romancista. E eu não podia não vir aqui indicar um de seus romances que foi, basicamente, uma das preciosidades que eu encontrei nesse ano.
É uma trama com todo um cunho policial, de um jornalista que procura uma mulher desaparecida, uma cantora que fez sucesso e depois ninguém soube onde foi parar. Tem misticismo, tem astrologia, tem frases maravilhosas e tem socos na cara de realidade, porque Caio, vocês sabem, Caio é assim. Mas mais do que isso, tem uma pegada psicológica maravilhosa dos personagens para quem gosta dessas coisas. Eu adoro. O personagem principal não está só em busca de Dulce Veiga, ele também está tentando se descobrir quem é – ele que, de tanto não saber de onde veio e quem é, não é capaz nem de dizer seu nome.
É maravilhoso, é intenso, é envolvente, é perfeito, é Caio Fernando Abreu. E uma lista de livros minha sem indicar Caio Fernando Abreu não é uma lista minha.
Sem spoiller dessa vez. Vai ler.
1. The Nocte (Trilogia – Courtney Cole, 2014)
Você acha que já viu de tudo, você acha que já leu de tudo, você acha que a literatura já foi esgotada e nada mais de novo pode ser feito. Você acha. Só porque você ainda não leu essa trilogia que só TE DÁ TAPA NA CARA, TIRO NO MEIO DA TESTA E SOCO NO ESTÔMAGO. Você tá de boa achando que é só mais um livro adolescente de romance até que... tudo gira, tu fica de cabeça pra baixo, não tá entendendo nada do que tá acontecendo e mesmo assim continua lendo mesmo que isso te deixe ainda mais zonza e mais perdida na história.
O que mais gostei do livro é que a história é a coisa mais sem noção que eu já vi, mas ainda assim tem consistência interna e faz sentido. Isso é uma coisa muito difícil de fazer na hora de estruturar, fazer com que algo SEM EXPLICAÇÃO tenha uma explicação plausível que pode ser aceita. O livro é uma trilogia e meia (tem um conto extra entre o segundo e o terceiro), mas o primeiro para mim foi o melhor por dois motivos: a gente não sabe o que esperar e, quando a gente acha que entendeu, a gente percebe que entendeu foi porra nenhuma mesmo.
Calla é doentia, sua história é maluca e quanto mais páginas você passa mais você se vê dentro da mente dela, como se fosse ela, agindo como ela e tentando compreender sua maldita história como ela busca compreender. Claro que cê num compreende porra nenhuma, mas essa é a graça da coisa ne? Sair da zona do conforto. Compreender que na vida NEM TUDO tem explicação, respostas prontas e sentido completo. A vida é uma grande mistura de pontos nonsenses que, eventualmente, se juntam no final e a gente acha que entendeu. Mas será que entendeu mesmo? Eu não sei.
SPOILLER: Caso decidam ler, leiam sabendo que as palavras são traiçoeiras, que pontos de vistas em primeira pessoa nem sempre são confiáveis e que, por mais que você ache que está entendendo, na próxima linha a autora vai inventar um ponto de virada e você vai estar de cabeça pro chão. Se segura, para não cair. E vai fundo.
Bom, essa é a minha lista, despretensiosa, de alguém que gosta de romances que provocam mais do que encantam com coisinhas bonitinhas. E vocês? O que leram esse ano? O que indicam? (fala comigo porque eu adoro ler e adoro indicações!)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários