Pensei em te mandar uma mensagem
hoje cedo. Não, eu não pensei em ligar, você sabe que eu odeio falar ao
telefone. Quer dizer, talvez não saiba. Eu sei seu filme preferido, sua música
preferida daquela dupla que a gente ama e sei até como agradar seu paladar
quando você está em um daqueles momentos “Meu Deus não tem nada para comer aqui
nessa casa!”. Sei tanta coisa, dava para fazer um dossiê, mas sinto que você não
me conhecesse tão bem assim, se conhecesse não teria me magoado da maneira mais
óbvia possível.
Não foi sua culpa, seu coração é
bom demais para fazer alguém sofrer assim, o problema é que você não sabia (ou
não entendia) a intensidade desses sentimentos que eu sempre tive por você. Quando
você chegou à minha vida eu tive certeza que não podia deixar você passar sem
ficar, nem que fosse só um pouquinho. Nem que fosse só pra sentar, tomar um
café e dizer que não podia esperar os biscoitos assarem, pois tinha um
compromisso. Antes a sua pressa do que a sua ausência.
Eu fiz de tudo para me aproximar
de você. Essa minha mente criativa de quem vive escrevendo histórias de amor
criou os planos mais malucos para fazer nossos caminhos se cruzarem e no fim
nenhum deles funcionou. Acabou sobrando para o destino esse papel de fazer a
gente se encontrar por aí. E aqui entre nós, essa nem foi uma tarefa muito
difícil, nossas almas eram colegas de outras vidas, era só uma questão de tempo
a gente se esbarrar por aí.
E nós nos encontramos. Com uns sessenta
quilômetros de distância nos separando, mas nos encontramos, e eu te amei desde
o primeiro instante e aproveitei cada instante como se fosse o último. E chegaram
tantos últimos instantes, foram tantas as vezes em que eu pensei que nós nunca
mais íamos conversar e tantas lágrimas já rolaram por achar que eu tinha te
perdido pra sempre.
Agora eu sinto que chegou mais
uma daquelas vezes em que eu te perco para sempre, mais uma das vezes em que eu
perdi quase toda a esperança de que o nosso amor fosse suficiente para fazer essa
distância ficar pequenininha. Eu só quero que como nas outras vezes esse seja
só mais um alarme falso, que você volte e que quando voltar beba o café, coma
os biscoitos e pergunte se pode esperar o jantar.
O título do texto é um trecho dessa música.
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