terça-feira, 4 de setembro de 2012

Menina




Alguma vez eu já disse que amo seu sorriso misterioso querendo dizer mais do que diz? Alguma vez eu já lhe disse que me deixa louco quando não me fala o que só seus olhos dizem? Alguma vez eu já mencionei que amo o jeitinho que você fica quando está sem graça? Quando seu rosto cora e eu fico tentando adivinhar o que você pensa para ficar daquele jeitinho, toda doce?

Por falar nisto... Alguma vez eu já disse que adoro seu jeito, menina? Jeitinho de mulher que ainda não abandonou a menina que foi, toda inocente que crê em todo mundo? É verdade que isto me irrita, porque você é ingênua demais, mas eu também me encanto com sua boa fé nas pessoas. Encantado. Alguma vez já falei que sou fascinado por você?

Alguma vez eu já disse que amo sua marca de vacina no braço e aquela sua cicatriz no joelho? Alguma vez já te contei que amo brincar com os cachos do seu cabelo enquanto olho pros seus olhos hipnotizantes? Alguma vez já comentei que amo as sardinhas do seu rosto e seu queixo quadrado que não machuca meu peito quando você coloca seu rosto no meu peito durante a noite?

Alguma vez eu já disse que adoro ver você dançar? O modo como sua risada sai por seu corpo ao som da música? O seu ritmo sensual em volta da pista? Alguma vez eu já disse que me perco nos seus giros com sua saia rodada e o movimento que seu cabelo faz batendo nas costas? E o fato de que você parece livre e leve pulsando a batida da melodia?

Alguma vez, menina, eu já disse o quanto me excita quando passa suas unhas vermelhas pelo meu peito, descendo devagar, com aquela carinha de sapeca e inocente? Alguma vez já contei que amo aquela música que você cantarola pela manhã quando dorme aqui em casa? E quando você dorme com minha blusa e mistura seu cheiro no meu criando uma fragrância deliciosa que os especialistas ainda não descobriram?

Alguma vez eu já disse que amo o jeito com que você me olha, aquele olhar que eu sei que é só para mim? Alguma vez eu já confessei que amo o modo como você diz que me ama e não vive sem mim? Alguma vez eu já mencionei que sou completamente, perdidamente, irrevogavelmente, e mais um monte de “mente”, louco por você?

Eu nunca te falei isto?

Não?

Eu nunca disse que sou viciado em você?

Ah, menina! Mas alguma vez eu já te deixei desconfiar que nada disto fosse verdade?

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