Eu quase me apaixonei por você. Você era um bom pretendente
e quase me fez abandonar minha racionalidade e me entregar. Eu quase me
entreguei. Eu quase fechei os olhos sem medo mesmo, por você. Eu quase me deixei
ser convencida por seus sorrisos, por suas cantadas bregas, por suas promessas
ditas da boca pra fora.
Poderia ter sido você. A gente era bom juntos. E quando
estava em seus braços eu achava que tinha encontrado meu lugar –aquele cantinho
que colocaria minha alma inquieta em paz, aquele cantinho que me faria esquecer
minhas feridas –A gente tinha um bom potencial. Eu até cruzei nossos signos
para ver se combinávamos e eu nem acredito em signos. Mas combinavam. Os
signos. E a gente.
Eu quase dei minha música preferida para você. Eu quase te
tornei o meu personagem preferido dos textos. E quase li você naquele poema que
eu amo. E quase cantei aquela música clássica do Nando Reis: "Estranho seria se
eu não me apaixonasse por você..." Mas isso não era estranho. Estranho mesmo era
ter quase achado que era você. E se a gente tivesse ficado mais uma semana
juntos, eu sabia, teria me apaixonado por você.
Não me apaixonei.
E foi por quase, foi por muito pouco, foi por você. Se
dependesse de mim eu teria te deixado entrar no meu coração, eu teria te
convidado. Eu teria amarrado uma fita de presente em volta de mim e me dado a você.
Sem ter nenhum medo. Mas você percebeu a tempo que a gente não combinava tanto
assim, que não éramos tão bons assim, que não devíamos ir além do que fomos.
E me salvou. De uma dor desesperadora, de choros infindáveis,
de sentir ódio de você. Me salvou de quase ter te dado minha música preferida a
você e estragado-a para sempre, de quase ter lido você naquele meu poema, de
quase ter me dado a você. Me salvou de quase ter me apaixonado por você ao me
fazer perceber que quase não é amor.
Que foi quase, mas ainda não foi você.
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