domingo, 3 de fevereiro de 2013

Primeira Declaração




Me mandaram falar com você, então lá vai.
Não sei bem o que falar, nem mesmo como, porém, acredito que o melhor é ser direta. Só que eu penso um pouco e me lembro que: se em quatro anos não fui direta, por que ser agora? Talvez seja a certeza de que terei pouco tempo para isso ou de que não tenho nada a perder. Como essa linha do gostar e admirar é muito tênue tentarei fazer alguns apontamentos.

Sabe aquela pessoa que você bate o olho e pensa: “Nossa!”. Sim, uma simples exclamação para traduzir o que se passa em nossa mente. Que pessoa interessante! O tipo de pele, de jeito, de brilho que me atrai... E assim eu fui pensando. A cada aula que assistia podia te ver ali, quieta, calma e singular. Uma individualidade que me causava certa comoção. A beleza que atraia minha atenção estava ali, em alguns passos te alcançaria. Um olhar exótico, um sorriso completo, o semblante complexo. Eram as meditações que o seu ser trazia a mim. Admirando-lhe os traços, os dias, meses, se passaram apressados e assim findou nossa convivência quase diária.
Passei a poder ver-te apenas alguns instantes, num dia qualquer de sorte. E ainda assim, que visão! Calculava em minha mente as possibilidades de repetir-se minha dita. E torcia, como torcia! Andava pelos corredores observando ao meu redor. Quem sabe em qual sala você se escondia? Quem sabe em qual momento nos esbarraríamos? A cada dia eu perdia mais e mais a esperança. Afinal, se nunca houve mais que um olhar meu preso no seu, que poderia eu almejar? Com essa pequena certeza que se estendia, progredi no tempo. E quando menos esperei, você retornou.
Os encontros tornaram-se novamente periódicos. Eu tinha o prazer de te olhar de lado de novo, desejar a boca, o abraço acompanhado de beijo. Nesse simples anseio, me apetecia em vida. Ousar não é do meu feitio, mas que faz seus olhos comigo? De repente, eu tentei. O despertar para isso, partiu de ver no fundo de sua íris a reflexão de meu desejo, esse olhar mais profundo acordou em mim uma vontade de tentar.
Um simples passo. Aguardando, desejo somente sua resposta. Sua voz dizendo a mim: “Não desiste, no seu ‘nossa’ persista”. Se apenas isso eu ouvisse, em mim brotariam instantâneos motivos para acreditar que ainda há em mim razões para sonhar.
Já que mandaram, eu falei. Agora tu sabes, meu querer é pra você. 





Aliene Cássia, ou simplesmente Li para os íntimos é mineira e quase psicóloga. Fã de Chicas, Ana Carolina e Rizzoli & Isles. Viciada no nível mais alto de buraco, também é jogadora de rugby. Esperançosa, tímida e feliz. Isso a define.







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