Eu ainda me espanto com o barulho que nós fizemos. Nós fizemos muito barulho, que muita gente escutou. Teve gente que escutou mais do que nós fomos. Mas a verdade é: o que fomos, além de barulho? Além de fogos de fim de ano, coloridos, lindos, intensos, que raramente brilham por mais de dez minutos? Além de uma tempestade de verão que não cria nada, que não faz nada além de destruir o que vê pela frente? Há chuvas que criam, há chuvas que destroem. Nós destruímos. Nós nos destruímos.
A gente tinha muito potencial e formávamos um casal lindo. Todos diziam que fomos feitos um para o outro. E talvez até tenhamos sido, mas nos perdemos pelo caminho. Por algum motivo, nos perdemos. Viramos uma curva errada e não mais nos encontramos. Quando você estava perto de mim, me causava um frisson difícil de controlar, aquele clichê todo de borboletas no estômago, aquela baboseira ridícula de mãos tremendo, suor frio, coração na boca, você causou em mim. Você causou muita coisa em mim, boas e ruins.
Quando eu te vejo, apesar de tanto tempo, apesar de tanta dor, apesar de tudo o que você me fez e o que eu te fiz também, eu ainda sinto tudo isso, como na primeira vez que nos vimos, como na primeira vez que me tocou. Só que hoje sei –passado tanto tempo, tantas lágrimas, tanta dor, tanta revolta, tanto amor, tanto ódio –eu sei que são borboletas doentes. Você as fez ficar doentes, se ainda se lembra. Elas voam e causam uma dor aguda no peito –não a dor de te amar, mas a dor do te amei: pretérito agoniante que não volta; fica, apenas, como o amor ficou, causando uma dor de ter perdido um amor e a doença de borboletas inúteis que insistem em bater asas por algo que já acabou. Nem enterrados fomos. Você sabe o que acontece com os fogos depois dos dez minutos que iluminam o céu? Eles se apagam, sem deixar vestígios do brilho que fizeram.
Se tivéssemos sido silêncio, sem alardes e sem paixões doentias, seríamos estrelas e brilharíamos até hoje. Mas fomos intensos, explosivos, avassaladores, como fogos de fim de ano, e o nosso brilho apagou rápido. Causamos barulho, mas depois que o barulho se acaba fica apenas o silêncio agoniante de um vazio não mais preenchido por brilho. Uma dor sem voltas e sem curas, de um dia termos sido barulho e hoje não sermos mais nada.
É. Está aí minha resposta da minha pergunta: não somos nada. Não fomos nada. Além de fogos de fim de ano que ninguém mais lembra do brilho que fez no céu, que mesmo intenso e verdadeiro, se acabou. Nos acabamos. Sem voltas. Sem consertos. Cheio de doenças. Pra você, sempre serei a menina mimada que não soube amar. Pra mim, você sempre será aquele homem que não quis amar. Para nós, fomos apenas feridas, queimaduras, machucados e dores de tentativas sem sucesso de nos fazer dar certo, fogos de fim de ano que se apagou sem vestígios do que fomos. Para o resto do mundo, não fomos nada.
Feito fogos de fim de ano, ninguém sabe o que houve com a gente depois de tanto iluminar o céu. Mas nós sabemos. A gente se acabou. Ficamos no passado e temos que encarar o futuro, vivendo o presente longe um do outro. Em nossas tentativas incessantes de fazer essa história, a melhor história das nossas vidas, dar certo, nos transformamos em nada.
Nada além do desejo de ter sido tudo o que queríamos ter sido. E não fomos.
Fim.
Esta é o último episódio de uma série desenvolvida em parceria com a Karine Rosa, para ler a versão masculina desse conto clique aqui . Obrigado a todos que fizeram essa série ser um sucesso!
perfeita como sempree
ResponderExcluirsua fã!
rs
beijocas nanda
sempre estou por aqui
http://cantinhodanina19.blogspot.com.br/
Oun, obrigaaaaada Cyh <3
Excluirmesmo mesmo mesmo!
JESUS PELO AMOR DE DEUS, PQ VCS DUAS SÃO TÃO PERFEITAS???? AMEI AMEI AMEI
ResponderExcluirHSAUSAHASSAUSAHSAUSAHSASAUSAHASUSAHSAUSA
Excluireu ri do comentário hahahahahahahahahahahaha
obrigada <3
aaai não, vcs poderiam desenvolver outras séries, pfvr????? amo amo amo ler vcs
ResponderExcluirHAHAHAHAHA
Excluiradoraria desenvolver,
quem sabe, quem sabe?!
Parabéns pela serie, acompanhei todos os textos e sempre consegui me encaixar um pouquinho ou muito em cada um deles :) beijoss
ResponderExcluirOun. obrigada por ter acompanhado Natalia
Excluir<3
Nossa amei, ficou lindo, eu também escrevo.
ResponderExcluirPassa lá no meu blog.
outonosdehortela.blogspot.com
Dei uma passadinha lá e adorei seu blog, amor!
ExcluirNãaaaaaaaaaaaao! Não acabe com a série :/ Eu amei ela! Parabéns para vocês duas, meninas tão talentosas! Beijos
ResponderExcluirTudo o que é bom tem que ter um fim, oras HSAUSAHSAUSASAHSUSHASAUSA
Excluirobrigada
<3
Como não chorar me diz? Véi eu senti como se estivesse na pele desses dois, tudo muito real, vocês passam uma coisa para os leitores que poucas passam, e eu como conhecedoras da historia posso dizer , VOCÊS SÃO GENIAS! Parabéns pela série, vou sentir muitaaaaa falta , muita mesmo e espero que venha mais :D
ResponderExcluirPS: Vou fazer de tudo para quando terminarmos de postar no tt que chegue nas mãos dos dois.
AIn LAINE NÃO ME FAZ CHORAR CACETE
Excluirahsuashsausasahaussahsausahsausahsausahsausahasusahsauashsausashauashsa
e obrigada <3
mas não tem nada de genial aqui não HSAUSAHSAAUSAHASUSAHAS
Ps: morta de vergonha
Como não chorar me diz? Véi eu senti como se estivesse na pele desses dois, tudo muito real, vocês passam uma coisa para os leitores que poucas passam, e eu como conhecedoras da historia posso dizer , VOCÊS SÃO GENIAS! Parabéns pela série, vou sentir muitaaaaa falta , muita mesmo e espero que venha mais :D
ResponderExcluirPS: Vou fazer de tudo para quando terminarmos de postar no tt que chegue nas mãos dos dois.
Me vejo em cada pedaço dessa história depois que meu noivado de 4 anos acabou :'(
ResponderExcluirMuito bom , perfeito esse texto !
Nossa, quatro anos é coisa demais gente :s
ExcluirComo não amar esses textos hein? <33333
ResponderExcluir<3
ExcluirMais real do que ler e entender isso, só sendo um dos fogos de artifício mesmo. Não havia metáfora melhor. Gostei :)
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