segunda-feira, 15 de abril de 2013

Talvez O Problema Seja Mesmo Eu




Tenho chegado cada vez mais a conclusão de que a culpa é realmente minha, enquanto eu tento convencer que são os outros que não me entendem. Mas talvez seja eu quem não me explique direito. Ou nem me explico. Me reservo, me guardo e me tranco toda vez que me sinto ameaçada sem perceber, talvez, que a grande ameaça sou eu. É que eu sou tão intensa que assusto e coloco todos para correr. E lá vou eu, doando-me inteira ainda que esteja em cacos porque já não tenho tempo e disposição para limpar cada bagunça de cada desilusão que me causam. E vou machucada, vou desgastada, vou desacreditada, até, mas vou.



Essa mania minha mesmo de exibir um sorriso sincero mesmo quando transbordo uma felicidade falsa. De tanto me fazer de forte ninguém leva a sério minhas quedas, porque já esperam que vou me levantar antes de chegar ao chão. E, verdadeiramente, me levanto quase sempre, mas isso não quer dizer que não seja a sério. A verdade é que nunca tive medo de cair e por isso quebro tanto a cara. E de tanto quebrar a cara fui ficando mais fria, mais dura, mais insensível. E de tão insensível, as pessoas pararam de crer que eu sinto, ou, quase sempre, se assustam com minha ausência de sentimentos.

Ninguém percebe que a falta de sentimento é só uma proteção contra machucados desnecessários. É que a vida foi me ensinando o que vale ou não sofrer; não me deixo doer por mais tempo do que é preciso porque adotei aquela velha frase “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional” como lema de vida. Vida, essa, que já disse, não me cansa de me doer. Mas por trás da fortaleza, sorrisos acreditados, eu continuo aquela menina apavorada com o escuro e os bichos papões; apenas agora meu escuro não se resume a falta de luz e os bichos papões são mais do que monstros de armários. E por isso vou me doando e me doendo, me entregando e me perdendo, me assustando e assustando a todos que se arriscam a ir além da minha carcaça.

É, e entre amores perdidos, decepções declaradas e quedas desacreditadas, vou me convencendo de que o problema não é o outro porque o outro não tem nada a ver com o que se passa aqui dentro de mim. E não deixo que ninguém tenha mesmo a ver com a as dores que carrego. E em minha entrega sem reservas, ainda que cheia de reservas, vou percebendo que o problema na verdade talvez seja mesmo eu: que sou intensa para me entregar, me doar, e até para não sentir.




 Curta a fanpage do blog e participem do sorteio do meu livro! Vai ficar de fora?

20 comentários:

  1. talvez seja a única e eterna verdade.
    Amei!

    ResponderExcluir
  2. ''De tanto me fazer de forte ninguém leva a sério minhas quedas, porque já esperam que vou me levantar antes de chegar ao chão. E, verdadeiramente, me levanto quase sempre, mas isso não quer dizer que não seja a sério. A verdade é que nunca tive medo de cair e por isso quebro tanto a cara.'' woooow esse texto é TÃO eu!!!! medo hahahaha .... Lindo!!!! Parabéns Nanda, como sempre arrasa com as palavras. <3

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. tão nós então hahahahahahahahaahahahaha
      e af, sem exageros

      Excluir
  3. Affffff, que texto lindo, Fernanda <3
    E eu super me identifiquei também :/

    "De tanto me fazer de forte ninguém leva a sério minhas quedas, porque já esperam que vou me levantar antes de chegar ao chão"

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. <3
      somos todas assim hUSAHASSAUAHSSAUS
      no fim, sempre nos fazemos assim

      Excluir
  4. "É, e entre amores perdidos, decepções declaradas e quedas desacreditadas, vou me convencendo de que o problema não é o outro porque o outro não tem nada a ver com o que se passa aqui dentro de mim."
    me achei nesse trecho

    Tão bom esse texto, e melhor ainda sabe que não sou a única a me fechar pro pura proteção.
    Adoro seus textos cada dia melhores parabéns nanda

    quero ganhar o livro só pra avisa

    Beijos <3

    http://www.fragmentos-intensos.com/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. HSAUSAHSASAUSAHASUASHSAUSAHSAUASSA
      ai pior que eu não posso nem falar tomara que tu ganhe, porque depois da confusão??? hahahahahahahahahaha


      Somos todos assim a partir do momento que sofremos a primeira decepção

      Excluir
  5. Tu escreveu esse texto pra mim kkkkkkkkk

    ResponderExcluir
  6. ficou muito bom o texto de cada novo que você posta vou tirando uma partes
    que parecem ter sido feitas para mim rsrs.

    ResponderExcluir
  7. Bem euuuuuu adoreeeeeeeeiiiiiiiiiiiii s2

    http://cantinhodanina19.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  8. muuuito bom esse texto *-*
    parabéens!!

    tbm me identifiquei bastante x)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. ahhhh
      não sei se acho isso bom ou ruim, hahahahahahaha de se identificar e tals
      mas vaaaleu

      Excluir
  9. Que lindooss textos eu estou amando seus textos, todos bem escritos e lindos! Os meus não são lindos igual o seu flor rsrs' Parabénsss pelo talento viu?! Se inspire cada vez mais a manda para o Depois dos Quinze no email da Bruna Vieira com certeza vai fazer muitoo sucesso!

    Bjox karinhoso Kaah' :D
    umapequenainspiradora.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nossa, muito muoto muito obrigada <3
      não sabe como é bom ouvir isso!!!
      darei uma espiada no seu depois!

      Excluir
  10. "Ninguém percebe que a falta de sentimento é só uma proteção contra machucados desnecessários. É que a vida foi me ensinando o que vale ou não sofrer; não me deixo doer por mais tempo do que é preciso porque adotei aquela velha frase “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional” como lema de vida."
    Tanto de mim tem esse texto... me vi nele claramente. Preciso dizer que o texto tah lindo? haha'

    ResponderExcluir

Comentários

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Compartilhe