Desculpa, mãe, pelas vezes que não te ouvi, que achei que
sabia mais do que você e quis fazer as coisas do meu jeito, pelas blusas de
frio que não levei, os guarda-chuvas que ignorei, as “amizades” que fiz, aquele
namorado que você detestava e que eu insistia em levar para casa. Eu devia ter
ouvido seus conselhos, prestado atenção nos seus olhos sábios e dado mais valor
aos seus fios de cabelo branco. Eu devia ter ouvido em silêncio a sua visão de
vida ao invés de gritar que você era uma antiquada e precisava se atualizar. Eu
devia ter entendido que tudo o que fez para mim foi pensando no meu bem, que
quando me proibia das coisas era porque só o fato de imaginar que algo de ruim
pudesse me acontecer já te matava.
Eu devia ter entendido que seus “nãos” foram necessários e
parte responsável por boa parte do que sou hoje. Desculpa, mãe, por ter dito
para amigos, redes sociais, e qualquer pessoa próxima na hora da raiva que você
era chata, insuportável, enlouquecedora. E que, eu tenha me dado o direito de odiar você
–ainda que apenas por alguns segundos –É que você me corrigia o tempo todo,
nunca achava que o que fazia estava bom e não tirava os olhos de mim; é que eu
já achava que era adulta, que sabia de tudo e que não precisava de você. Mas eu
precisava, mãe, e ainda preciso e sei que vou precisar para sempre.
Desculpa por nunca ter confiado em você, ter aceitado seus
conselhos com desconfiança, e, quando precisei, ter pedido colo a outra pessoa e
não a você, que mais me amou nesse mundo. Eu nunca quis te ferir, mãe, nem te
magoar. Desculpa por não ter te abraçado o quanto deveria, por não ter secado
suas lágrimas e visto como era difícil para você segurar todo aquele peso do
mundo sozinha, porque não queria me preocupar, porque queria me proteger,
porque apenas queria. Desculpa não ter aceitado sua proteção, desobedecido suas
leis e ter te ferido ao me machucar na minha cega teimosia. Você estava certa,
mãe, e eu deveria ter te dado mais valor, ter tido mais paciência e ter
demonstrado o quanto você era e sempre foi tão importante para mim.
Talvez seja tarde demais para dizer isso. Mas desculpa, mãe,
por nunca ter dito o orgulho que tenho de ser sua filha e por sentir vergonha
de deixar claro o quanto eu amo você, ainda que você me enlouqueça e me tire do
sério mais do que qualquer pessoa.
Fernanda, que texto lindo... Mostra realmente o que fazemos diariamente com nossas Mães (de forma inconsciente ou não). Parabéns. Mesmo.
ResponderExcluirOun, obrigada
Excluira gente as vezes é bem ingrata com elas
Lindo texto Parabéns Nanda :)
ResponderExcluirAcho que, de todos os textos sobre mães que vi hoje, esse é um dos mais bonitos. Parabéns (:
ResponderExcluirhttp://domingo-chuvoso.blogspot.com/
AI QUE LINDA VOCÊ
Excluir<3
obrigada
Ai que lindo! Traduziu meus pensamentos e sentimentos nesse texto. Do jeitinho que se passa dentro de mim.
ResponderExcluirSimplesmente perfeito Nanda.
Cada vez mais encantada pelo modo como escreve. Ameeei!
<3 <3
<3
ExcluirBelo texto! Quem ainda tem sua mãezinha (assim como eu, graças a Deus) esse texto serve para abrirmos os olhos. Belo texto, de verdade, tocante!!!
ResponderExcluirpois é, temos que aproveitar
ExcluirTexto emocionante ... Parabéns !!
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