domingo, 20 de outubro de 2013

É sempre amor (mesmo que acabe)


Eles foram um dessas histórias que acontecem entre parênteses, como um prelúdio para o que vem depois. E o que vem depois? Ninguém pode saber. Uma dessas histórias que a gente adora ver, escutar, acompanhar e até torcer. Mas odiaria, como ela própria odiou, viver. Porque o parentese é curto, mas geralmente marca –e ambos saíram marcados, feridos, sangrando, por outra tentativa em vão entre tantas –Culpa dela que achou que ele era diferente? Culpa dele que não achou nela o que sempre quis? Culpa de ninguém não. Eles foram só um capítulo –e histórias de um capítulo só sempre chegam ao fim.


Talvez, depois de tanta lágrima, ela perceba que não perdeu seu tempo com apenas mais um idiota. Que ele nem sempre a iludiu. Talvez ela veja que não é ilusão quando se acredita realmente. E ela acreditou –nele, em suas palavras, no sentimento que sentiram, na história que se despuseram a escrever. Ei, menina, você vai perceber que não dá para fugir de pontos finais nem burla-los com outras vírgulas. Tudo que começa pede um fim. Todo fim merece um recomeço. Recomece por você mesma.

Talvez, depois de tanta revolta, ele entenda que ela foi importante para a vida dele. Um parêntese que mudou o jeito com que encarava a vida. Quem mais lhe sorriria daquele jeito mesmo quando ele não merecia? Quem mais deitaria a cabeça em seu colo só para sentir sua respiração quando ele perdia a razão? Talvez ele veja, lá na frente, que só virou o homem que é agora porque a teve –lá atrás. Por pior que pareça agora, talvez ele entenda que toda experiência vale a pena e que, se voltasse, cometeria o mesmo erro (quiça um milhão de vezes!). Porque no fundo, ele sabe, ele sempre soube, ele saberá, foi amor. É sempre amor. Não é, rapaz?

Foi amor e ainda é. Foi para sempre ainda que não tenham envelhecido juntos (depois dessa história quem sabe eles não compreendem que o para sempre tá mais ligado a intensidade do que na duração que as coisas acontecem?). Foi uma história única. Ela vai conhecer outros caras e dizer mais uns dois ou três “eu te amo até o fim da minha vida” (é romântica essa menina, fazer o quê, acredita em “até que a morte os separe” mesmo depois de bater tantas vezes sua cara na parede e despedaçar seu próprio coração). Ele ainda vai se deitar com outras morenas como ela e prometer “eu te amo até amanhã de manhã” quando juntar suas roupas e perder o novo número do telefone entre a calçada desconhecida e o caminho de sua casa (é livre e gosta demais de sexo para ainda acreditar no amor que só acreditou com ela). Pode ser que ainda tenham a sorte e amem de novo –do mesmo jeito com que se amaram –E tenham mais sorte ainda de que a próxima história dure mais que esse parêntese do qual parecem não conseguir se livrar.

Mas vão perceber, mais cedo ou mais tarde, que podem não terem sido feitos um para o outro (e não foram mesmo, eles sabem). Mas foram alguma coisa. Qualquer coisa. Alguma coisa que –eles saberão –nunca mais serão com mais ninguém. E pensarão: foi bom enquanto durou.


E histórias, meus caros, principalmente as de amor, duram o tempo que devem durar. A deles, durou. Mas o amor, não.  É como diz aquela música que ela ainda escuta antes de dormir: mesmo que mude, mesmo que um deles esqueçam, é sempre amor. Vai ser sempre amor. Ainda que tenha acabado. (A deles, acabou).

É sempre amor, mesmo que acabe
Com ela e aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou

Mesmo que Mude (Bidê ou Balde)



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