quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Me Perdoa Por Não Poder Nos Perdoar


Nós não funcionamos bem juntos, você sabe disso. Por mais que a gente tente, sempre acaba dando errado no final, ou no meio, ou em alguma parte. Olha só pra nós, separados novamente por algo que não sabemos controlar, denominar, explicar. Separados por nós mesmos. Eu não sei o que acontece e, te juro, isso dói demais. Você não tem noção do quanto eu queria que nós déssemos certo ao menos uma vez, porque eu te amo e não é pouco. Mas a gente insiste em se machucar, em abrir feridas antigas, em afastar o outro. Insistimos nesse jogo bobo de orgulho pra ver quem resiste mais. E, veja que irônico: resistir ao amor. Ao amor que nós sentimos e guardamos a sete palmos abaixo do chão pra que ninguém — nem nós mesmos — saibamos que ele existe.

Eu sei, nós nos damos bem na casualidade. Porque, afinal, a química é ótima. As sextas à noite em bares são incríveis, ainda mais quando acabam na manhã de sábado em um motel qualquer, ou na sua cama, ou na minha cama. Mas eu queria mais que isso, muito mais. Eu queria que nós conseguíssemos resolver as pendências do passado, perdoar os erros antigos e começar um novo caminho, eu e você. Apenas eu, você e o futuro incerto. Eu queria muito ficar, mas você só me faz ir. E quando você me deixa ficar, eu acabo dando motivos pra você ir embora.

Me perdoa por desistir da gente?! Eu sei o quão covarde isso é. Sei que quem ama não desiste, segundo a teoria humana. Mas não é assim que funciona na realidade, meu bem, e você sabe. Sabe que não dá mais pra continuar morrendo de amor e continuar vivendo. Sabe que não dá mais pra ir e vir. Sabe que já está na hora da gente se libertar desse amor que machuca e só machuca. Nós precisamos seguir em frente, sabe? Precisamos procurar um novo caminho pra seguir, porque essa nossa estrada já está completamente destruída e as curvas andam cada vez mais sinuosas. Já estamos machucados demais e duvido que aguentaríamos mais um acidente nesse percurso.

Sei que você vai me perguntar o motivo de eu estar indo embora logo agora que, finalmente, conseguimos ficar juntos por mais de trinta dias, e eu lhe respondo: porque eu não quero amor com prazo de validade. Porque eu sei que amanhã ou daqui há dez minutos tudo isso pode virar pó novamente. Porque eu sei que não dá mais. Porque eu não tenho mais da onde tirar chances pra dar à esse amor. Eu te amo com tudo que tenho e que sou, e sei o quanto você também me ama. Mas não dá mais pra viver nesse campo minado, nessa loucura, nessa comédia romântica adolescente que, ao contrários das de cinema, sempre acaba em tragédia. Me perdoa, mas eu preciso ir embora e me libertar de mim e de você. E eu espero, do fundo do meu coração, que você também se liberte. Que você ame de novo e que consiga fazer florescer algo bom do sentimento, assim como eu vou tentar fazer. Me perdoa por não poder nos perdoar, mas saiba que dói muito em mim ter que te deixar.



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