sexta-feira, 2 de maio de 2014

Não era amor



Não era amor. Talvez paixão, tesão, carência... Mas amor?! Não, meu amigo, amor não. Não era amor, por que amor precisa de entrega, de conhecimento mútuo, de dedicação. Não era amor, por que tudo entre nós era momentâneo. Não era amor, por que tinha idealização. E, mais que isso, apenas idealizações. Eu sei que dói, mas, admita, a gente mal se conhecia para se amar. 

Mas eu pensei que fosse amor quando você segurou minha mão pela primeira vez naquele ponto de ônibus. Pensei que fosse amor quando você sentou no meu sofá e começou a conversar sobre política com meus pais. Pensei que fosse amor quando senti o seu cheiro no meu travesseiro e senti saudade. Pensei que fosse amor quando você fez sua primeira declaração e eu fiquei tão boba, mas tão boba, que soltei um "eu te amo". Mas não era amor. Era qualquer coisa, menos amor.

Combinávamos. Éramos um estereótipo de errado que deu certo: a patricinha com o skatista. Você me tratava bem e eu te tratava ainda melhor, mas não era amor. Não éramos só nós dois e eu nem preciso me aprofundar muito nisso. Você não me amou por que nunca me conheceu de verdade. Não conheceu meu choro de verdade, meu drama de verdade, meus gritos de verdade. Eu não te amei por que nunca soube, ao certo, quem você realmente era. E agora nem sei se um dia já te vi um dia na minha frente.

Não era amor com você. Era amor com outra pessoa. Mas com você?! Não, amor não. Foi algo bom, gostoso de se viver e de sentir, mas não era amor. O beijo era bom, os toques eram leves, as piadas engraçadíssimas. Mas não era amor. As noites de insônia eram divertidas, mas era só isso. Entende? A gente era só isso: momentos. E amor, meu amigo... Amor é feito de continuidade.







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