terça-feira, 12 de novembro de 2013

Não Era Para Ser Sobre Você




Prometi que não escreveria sobre você. Nem como me sinto bem quando estou ao seu lado. Como seus olhos parecem me enxergar além da alma. E como seu beijo me tira do chão. Ok, não vou nem tocar no assunto “beijo” porque não sei lidar com o fato de que você foi o primeiro, entre vários, a me fazer parar de pensar no minuto que nossos lábios se encontraram. Não quero falar sobre como simplesmente não sei lidar com o que me faz sentir, que as borboletas no estômago parecem querer fugir sempre em batidas de asas desesperadas que me causa um enjoo sem tamanho ao mesmo tempo desesperador e reconfortante. Eu achei que era coisa de filme, já te disse? Coisa desses personagens que também crio numa folha em branco pra ver se acredito um pouquinho de novo naqueles contos de fadas que devorava quando criança. Eu prometi que não falaria de você porque sou adepta a não fazer propaganda ao que faz tão bem, porque aprendi que inveja tem sono leve, porque tenho medo de que alguém perceba o quão especial você é para mim e o leve daqui. Porque morro de medos absurdos que você não faz ideia e mesmo assim finge que entende só pra mostrar que tudo bem, eu tô aqui, confia em mim.


E eu confio. Tá? Mesmo que eu fique em silêncio quando você pergunta isso. Mesmo que eu desconverse, jogue o cabelo pro lado, mexa na unha ou simplesmente paro de respirar por alguns segundos que é pra ver se meu coração suporta a paixão que tem carregado no peito. Você não tem nem ideia do quanto eu gosto de você, não é? Eu não falo. Mas eu sinto e sinto em cada parte de mim, em cada vez que você aparece no corredor, me olha, sorri seu sorriso torto e vem até a mim como se sempre fizesse esse caminho, como se todas as escolhas da sua vida tenha sido destinada a me encontrar. Parece que eu me acho nessas suas encaradas. E que o mundo para de rodar quando você me segura –ou então roda ao contrário me causando uma vontade de vomitar bem ali, de amor, e não de nojo nem de medo. Parece estranho. Eu sei. Tudo bem você não entender. Nem eu mesma entendo.

Então, relaxa, eu não tô falando de você. Só do que você me faz sentir. E da paz que você me causa. Mas também da bagunça que fico quando você tá longe. Que você tem feito parte dos meus dias nos momentos mais estranhos. Que me lembro de você quando escuto uma música ruim. E que te dei minha rima preferida sem você nem sonhar com isso. Que sonho com você, com você no presente, com você no futuro, que já planejei uma família, com filhos, cachorro e viagens de férias que talvez você nem faça ideia. Tá tudo bem. Eu tô sempre lá na frente, mas ando carregando você pra onde quer que eu vá. Não se assusta não. Não fica com medo dos meus próprios medos estampados em meu olhar. Quando te olho assim é só pra tentar dizer que gosto tanto de você que você pode fazer o que quiser de mim. E você não faz ideia do quanto isso me faz querer sumir da sua frente, porque só a ideia de que me façam o que eu não sou já me dá ânsias de desespero. Mas fico ainda assim. Porque sei que perdi a batalha e perdi pra você. Me deu um xeque-mate em algum momento que tentava fugir pela tangente. Me prendeu na parede e me prendeu a você. Fico. Sem nem lutar. Não fujo mais. Não quero fugir mais. Mas tenho medo. Você não tem nem ideia. E tudo bem. É melhor assim.

Só fica. Não foge não. Embora quisesse te dizer que eu se fosse você fugiria enquanto é tempo. Sou um perigo, a gente sabe, você já sacou, eu nunca escondi. Mas fica porque eu quero ficar também, pela primeira vez em anos. Fica porque eu te gosto. E gosto tanto, tanto, que até fiz um texto sobre você mesmo prometendo que não faria. Mas fiz. E me desculpa, está bem? Desculpa os meus silêncios, os meus desvios, os meus medos e por ficar quando seria tão melhor e mais fácil fugir. É que eu ia falar sobre o que tá acontecendo aqui dentro, mas falar sobre isso é impossível sem falar sobre você. Sobre você e seu poder assustador que tem sobre mim. Não era para ser sobre você.  Era só para dizer que:


Tá tudo bem. Eu fico. Você fica também?


3 comentários:

  1. "Eu prometi que não falaria de você porque sou adepta a não fazer propaganda ao que faz tão bem, porque aprendi que inveja tem sono leve, porque tenho medo de que alguém perceba o quão especial você é para mim e o leve daqui. "
    Eu quase nunca - Se não nunca- comento aqui. Mas esse texto está maravilhoso demais para não merecer um comentário!!
    Estou passando exatamente por essa fase.
    Amei demais! Parabéns!!!

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