Não sei como demonstrar os meus sentimentos e não consigo
falar sobre eles – exceto por escrito. Não confio facilmente em ninguém e resisto
o máximo que posso antes de me entregar a uma paixão. É como se tendo essas
atitudes eu criasse uma muralha que irá me proteger de qualquer decepção. Por esse motivo, já ouvi incansavelmente que sou fria, insensível, não me importo
com ninguém, não sei amar e blablabá.
Mas não sou fria, apenas me protejo com armaduras em
uma tentativa de negar para todos e para mim mesma, que, na verdade, eu tenho
medo de amar. Tenho medo de me sentir totalmente dependente do amor e carinho
de alguém e depois ele vai embora quando eu estiver completamente
apaixonada, me deixando fragilizada, sem chão e com feridas profundas que
demoram a cicatrizar.
Apesar disso, atrás das minhas muralhas existe um coração
quente, supersensível que quando se liberta do medo, ama intensamente que transborda
- às vezes pelos olhos. Amo mesmo quando não digo as três palavrinhas mágicas que
todos desejam ouvir.
Amo mesmo quando expresso o que sinto do meu jeito torto,
tímido, mas que é sincero e revelado em pequenos detalhes. É que prefiro
declarações trocadas em segredos, olho no olho, boca na boca, dentro de um
abraço, brincando com um sorriso. Além de ser mais especial, torna-se um
segredo só nosso que ninguém pode roubar.
Amo as vezes da forma errada. Mas quem nunca amou o errado
antes de encontrar o certo?
Amo porque apesar das dores e do medo, ainda acredito nesse
sentimento vital. Porém, não aceito qualquer
amor e não me entrego a uma paixão incerta e efêmera.
Amo mesmo usando armaduras e construindo muralhas para me
defender de quem possa ultrapassar minhas fronteiras sem ter a intenção de
ficar.
Amo profundamente que o coração aperta de dor. Amo que às
vezes me afogo em sentimentos não ditos. Amo, e se você ouvir “Eu te amo” é
porque já te amo tão profundamente que não cabe mais em mim e significará que
você terá derrubado todas as minhas muralhas.
Amo. E estou sempre aprendendo a amar. Intensamente.
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