quinta-feira, 3 de março de 2016

Muralhas do coração


Não sei como demonstrar os meus sentimentos e não consigo falar sobre eles – exceto por escrito. Não confio facilmente em ninguém e resisto o máximo que posso antes de me entregar a uma paixão. É como se tendo essas atitudes eu criasse uma muralha que irá me proteger de qualquer decepção. Por esse motivo, já ouvi incansavelmente que sou fria, insensível, não me importo com ninguém, não sei amar e blablabá.

Mas não sou fria, apenas me protejo com armaduras em uma tentativa de negar para todos e para mim mesma, que, na verdade, eu tenho medo de amar. Tenho medo de me sentir totalmente dependente do amor e carinho de alguém e depois ele vai embora quando eu estiver completamente apaixonada, me deixando fragilizada, sem chão e com feridas profundas que demoram a cicatrizar.

Apesar disso, atrás das minhas muralhas existe um coração quente, supersensível que quando se liberta do medo, ama intensamente que transborda - às vezes pelos olhos. Amo mesmo quando não digo as três palavrinhas mágicas que todos desejam ouvir.

Amo mesmo quando expresso o que sinto do meu jeito torto, tímido, mas que é sincero e revelado em pequenos detalhes. É que prefiro declarações trocadas em segredos, olho no olho, boca na boca, dentro de um abraço, brincando com um sorriso. Além de ser mais especial, torna-se um segredo só nosso que ninguém pode roubar.

Amo as vezes da forma errada. Mas quem nunca amou o errado antes de encontrar o certo?

Amo porque apesar das dores e do medo, ainda acredito nesse sentimento vital. Porém, não aceito qualquer amor e não me entrego a uma paixão incerta e efêmera.

Amo mesmo usando armaduras e construindo muralhas para me defender de quem possa ultrapassar minhas fronteiras sem ter a intenção de ficar.

Amo profundamente que o coração aperta de dor. Amo que às vezes me afogo em sentimentos não ditos. Amo, e se você ouvir “Eu te amo” é porque já te amo tão profundamente que não cabe mais em mim e significará que você terá derrubado todas as minhas muralhas.

Amo. E estou sempre aprendendo a amar. Intensamente.

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