quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Blá-blá-blá Literário: Outrota (contos distópicos)


Título: Outrora - contos distópicos
Organizadora: Paola Giometi
Editora: Andross
Ano:2015
Páginas: 189


 E aí, pessoas bonitas e bookholics? Pegaram o café e se prepararam pra essa resenha? Espero que sim! Esse livro chegou até a mim porque a autora de um dos contos, a Sarah, é minha patroa lá no Entre Parênteses (blog que amo e que escrevo crônicas mensalmente :P). E agora aqui estou eu tentando fazer uma resenha de uma antologia de contos.

Que eu amo contos, to-do-mun-do-sa-be (pelo menos devia saber, né?). Por outro lado, distopia não é o meu gênero preferido (e acho que disso todo mundo sabe mesmo haha). Mas por um acaso, assim que o livro chegou, endereçado a mim e ao meu namorado (achei fofo), ele já nos ganhou (namorado e eu, de novo) só pela capa bonita. Me lembro do telefonema dele dizendo: sua encomenda chegou. E é linda. E quando eu fui buscar eu olhei pra capa e depois pra ele e falei: caramba, é linda mesmo. Eu sei, futilidade esse troço da gente se apaixonar por capa de livro. Não façam isso, por favor! E se fizer, não façam como eu que sai contando por aí que o livro ganhou a leitora pela capa!

Mas, falando do conteúdo... A distopia é um gênero, para quem não é muito ligado nesses termos, que pega um traço da realidade e joga num universo paralelo em que as coisas ocorrem num estado grave de extrema opressão. Ou seja: é a nossa realidade piorada MIL E UM PORCENTO. Dá uma certa agonia ler as coisas em livros assim, porque embora não seja um estado real da coisa, também não é uma utopia. A gente sabe que aquilo pode sim acontecer. E é meio (completamente?) assustador.

Assim sendo, a organizadora do livro (Paola) foi bastante feliz na maioria dos contos selecionados. Os autores, (trinta e um, se eu ainda sei contar apesar de ser de humanas) se dividiram nas quase 190 páginas do livro, com contos curtos para retratar as possibilidades cruéis do mundo ser pior do que já parece ser para um pessimista. 

Claro que, como são vários autores, de várias idades, desde os 16 até gente com mais de trinta, a escrita se torna diversificada em pontos positivos e negativos. Imagino a dificuldade de organizar um livro assim, mas Paola foi muito feliz. A qualidade dos autores não pode ser questionada, ainda que você possa se identificar menos ou mais com os contos. A gente tem que levar em conta: desenvolver uma ideia em quatro, cinco páginas não é exatamente fácil.



Meu conto preferido (e juro que isso não é mershan gratuito) foi o da Sarah mesmo! Ela fez uma leitura sutil do machismo dos dias atuais e levou isso ao extremo, numa luta entre mulheres num grande Coliseu da idade média (só que num futuro que eu espero que nunca chegue). Sério! Eu, como uma boa feminista, não podia não deixar de bater palmas, os pés, assobiar, gritar, comemorar e muito menos não falar disso, não é mesmo? Claro que não.

Vocês deveriam comprar esse livro só por causa desse conto.

E eu não saio por aí dizendo isso para qualquer texto que me aparece no caminho!

Além disso, para quem tem uma certa preguiça em ler, e/ou procura um livro pra acompanhar no ônibus, metrô, trem, para o trabalho, antologias é a melhor pedida. A gente não cansa lendo, não tem necessidade de continuação e podermos ler no nosso próprio tempo.

Três estrelinhas pro livro, porque alguns contos não foram tão bem desenvolvidos como deveria. Mesmo assim, é um bom livro que vai te fazer pensar que futuro a gente quer pra gente mesmo, desde a nossa necessidade de tecnologia e celular, até, como a Sarah retratou, a disputa que ainda mantemos com as outras mulheres.


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