sábado, 12 de abril de 2014

Uma Carta Sincera



Cê deve tá estranhando ter lido meu nome na sua caixa de entrada. Talvez tenha tido que forçar a mente pra lembrar da onde mesmo que a gente se conhece. Espero que se lembre, e que isso tudo faça algum sentido pra você.

Primeiramente, desculpa tá? Desculpa ter te falado coisas tão agressivas no bate-papo do facebook. E desculpa ter te excluído também, me sinto uma adolescente de 13 anos quando me lembro disso, é infantil, eu sei que é. Mas no calor da raiva, sei lá, eu queria te arrancar o mais rápido possível da minha vida, te apagar da minha vista, entende que na minha cabeça era o mais logico a fazer? Me desculpa também ter te ignorado dali pra frente. Poxa, apesar dos pesares cê daria um amigo legal. Mas é que eu sou desastrada, atropelo as coisas. E daí estrago tudo, como com a gente. Não "a gente" como um casal, só "a gente" eu e você, como duas pessoas civilizadas que se dão bem. Eu queria ter te conhecido melhor e percebido que a gente não tinha nada a ver antes de tentar fazer ter. Antes de, você sabe, fazer aquela bagunça gigante com tudo.

Eu fiquei puta quando te vi com sua atual namorada, por que cara, fazia uma semana que a gente não tava mais junto e porra, eu sou muito romântica. Pareço de titânio e tal, mas eu sou toda de papel mesmo, molho e me desfaço, fácil. Depois disso eu chorei todas a lagrimas que poderiam caber no oceano, e me olhei no espelho com a mesma expressão de derrota, aquela que eu uso sempre que alguma coisa quebra aqui dentro. Repeti o mantra do Buzz Lightyear, no meu vocabulário: odiarei aquele babaca, ao infinito e além. Foi uma semana difícil dentro da armadura, mas meu rosto denunciava uma interpretação de felicidade digna do Oscar. Fui capaz de rir quando me mostraram que você tinha atualizado o seu relacionamento nas redes sociais, sei lá, um mês depois. Eu ri, acredita?

Te achei absolutamente idiota quando o vi com uma aliança de compromisso. E odiei mais ainda por não ter sido quem te fez querer comprar uma aliança. Eu ainda acho essa coisa de ter que usar um arco prateado, cafona e desnecessário, mas não era isso. E essa carta é pra dizer exatamente que não era isso, não era o seu beijo, ou as mensagens de madrugada, não era nada disso. Não era e não é, digo, o que eu esperava de alguém sabe? E mesmo assim eu fechei os olhos e continuei remando, sozinha e pra lugar nenhum. Mas é por que eu sou assim sabe, eu faço as coisas do jeito errado. Eu saio apertando tudo quanto é botão, dou porrada no controle até fazer funcionar, e isso não é legal. Por hora funciona, mas vai desgastando, destruindo devagar.

Acontece que nós somos jovens, e certamente vamos fazer coisas piores com outras pessoas. Certamente que alguém realmente vai quebrar minha estrutura de um jeito muito mais cruel. Eu tenho consciência disso. Mas eu só queria que a gente tirasse essa pedra que eu coloquei em cima de nós, que eu pudesse olhar pro seu rosto e sorrir, reconhecendo que eu te conheço e que de algum modo você escreveu alguns parágrafos na minha historinha engraçada. Sabe, tô tentando um acordo de paz comigo mesma, e não dá pra fazer isso sem envolver os envolvidos.

Então, me perdoa tá? Por qualquer coisa que eu tenha tirado do lugar aí, e do fundinho do coração, eu quero mesmo que você seja feliz. Por que ninguém merece ter uma vida sem graça, e se eu desejo coisas boas, elas retornam. E convenhamos? Eu também mereço uma vida colorida. De verdade, apenas entenda aquilo tudo como uma experiência curiosa. E olhe pro meu nome como o de alguém que atravessou sua vida feito um furacão, que faz um tremendo alvoroço, revira tudo, mas que no final leva tudo com ele. E isso entende? Eu te trouxe comigo quando você pensou ter ido embora, e agora eu to devolvendo. Te aceita de volta tá? Te aceita que fica tudo certo, aí e aqui.


Débora Svaiger tem vinte anos e não sabe nada da vida. Ela mandou esse texto pra participar da Colaboração Eventual e agora tem seu texto publicado aqui! Quer ler mais texto da Dé? Você pode ir visitar o blog lindinho dela, o No Meio Das Linhas  e pra quem, assim como eu, ama o twitter, pode segui-la por lá também, clicando aqui.

E você? Tem um blog ou escreve textos e quer um espacinho a mais? Manda seu texto pro meu e-mail (nanzcampos@gmail,com) com o título de Colaboração Eventual, se eu gostar ele será publicado aqui! Tá esperando o que? Eu adoro ler vocês!

4 comentários:

  1. Esse texto é bem eu. HUEHUEHUE
    É a minha cara fazer tudo errado, exagerar, ser dramática, quebrar algumas coisas e depois ficar quebrada.
    Eu amei. Ela mandou muuuito bem!

    Um beijo
    www.naotenhopressa.com

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Comentários

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